A uma semana da segunda volta das presidenciais francesas, Nicolas Sarkozy está a ser confrontado com a notícia de que recebeu apoio de Muammar Kadhafi.
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Já não é a primeira vez que se fala no apoio de Kadhafi à campanha de Sarkozy há cinco anos, mas é a primeira vez que se publica um documento, vindo do antigo governo líbio onde esse apoio é explícito.
O jornal digital francês "Mediapart" tem imagens digitalizadas de um documento assinado por um homem que chegou a ser ministro dos Negócios Estrangeiros de Kadhafi, mas que em 2006 era chefe dos serviços secretos. Foi nessa qualidade que Moussa Koussa deu o aval para um apoio de 50 milhões de euros na campanha eleitoral de Sarkozy, em 2007.
O documento, em árabe, revela os nomes das pessoas que estiveram à frente desta negociação. Entre eles o antigo ministro do Interior de França, Brice Hortefeux, que já veio dizer nunca se ter encontrado nem sequer conhecer o antigo ministro líbio dos Negócios Estrangeiros. Mas outro dos nomes franceses desta negociação, o empresário Ziad Takieddine, sem confirmar a reunião de que fala o documento, disse aos jornalistas, através do advogado, que «os papéis são credíveis».
Ziad Takieddine revela mesmo que «estamos na presença de um assunto de estado quer os cinquenta milhões de euros tenham ou não sido entregues a Sarkozy».
Mas à partida já se sabe que o inquérito judicial vai ser difícil porque do lado líbio muitos dos intervenientes morreram aquando do derrube de Kadhafi.
Nas reações politicas a este escândalo, o candidato e presidente Sarkozy diz que «esta é uma manobra de diversão para desviarem as atenções mediáticas sobre Dominique Strauss Khan», que apareceu numa iniciativa poilitica dos socialistas.
Também a porta-voz do candidato François Hollande já reagiu a esta notícia, suyblinhando que «a ser verdadade, esta notícia prova que o presidente mentiu aos franceses para ocultar um grave assunto de estado».