O presidente francês, Nicolas Sarkozy, classificou hoje de «calúnia» a acusação de que terá feito um acordo com a Líbia para obter financiamento para a campanha às presidenciais de 2007.
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«É uma calúnia. Só de pensar que há jornalistas que se atrevem a dar crédito ao filho de Kadhafi e aos serviços secretos» líbios, disse o presidente francês, que vai disputar em 6 de maio a segunda volta das presidenciais com o candidato socialista Francois Hollande, em declarações ao Canal +.
De acordo com o site de informação francês Mediapart, o regime de Muammar Kadhafi terá aceitado em 2006 financiar com 50 milhões de euros a campanha de Nicolas Sarkozy às presidenciais de 2007.
Citado pela AFP, o Mediapart publica um documento em árabe assinado por Moussa Koussa, ex-chefe dos serviços de informação exteriores da Líbia, em que se refere um «acordo de princípio» para «apoiar a campanha eleitoral do candidato às eleições presidenciais, Nicolas Sarkozy, com um montante de um valor de cinquenta milhões de euros».
A 12 de março, Sarkozy já tinha qualificado de «grotesco» um eventual financiamento da sua campanha presidencial de 2007 por Muammar Kadhafi.
Na nota agora publicada, traduzida pelo Mediapart, Koussa confirma um "acordo de princípio" sobre as «instruções emitidas pelo gabinete de ligação do comité popular geral sobre a aprovação do apoio à campanha eleitoral do candidato».
Koussa, que foi ministro dos Negócios Estrangeiros de Muammar Kadhafi antes de desertar e fugir para a Europa, acrescenta que este acordo se segue a uma «reunião decorrida a 6/10/2006", na qual terão participado o diretor dos serviços de informação líbios, Abdallah Senussi, e o presidente do Fundo Líbio dos investimentos africanos, Bachir Saleh, bem como, "do lado francês, Brice Hortefeux e Ziad Takieddine».
Amigo próximo de Sarkozy, Hortefeux foi ministro entre 2007 e 2011, nomeadamente do interior.
O advogado do empresário franco-libanês Ziad Takieddine, citado pela Mediapart, afirmou que o seu cliente «não esteve presente na reunião indicada no documento», mas considerou credível o documento, tendo em conta a data e as pessoas referidas.