Depois da recusa da Argélia e das objeções de Toulouse em acolher o funeral, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, pediu hoje que Mohamed Merah seja sepultado em França sem polémicas.
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«Ele era francês, que seja enterrado e que não haja polémica sobre isso», disse Sarkozy, questionado pelo canal de notícias BFM TV à margem de uma visita ao sudeste do país.
O município de Toulouse (sudoeste) anunciou o adiamento por 24 horas do funeral de Mohamed Merah, previsto para hoje às 17h00 locais (16h00 em Lisboa) no cemitério de Cornebarrieu, nos arredores da cidade que foi palco dos ataques cometidos pelo jovem em nome da Al-Qaeda.
O presidente da câmara, Pierre Cohen, «considera que o enterro na cidade de Toulouse não é oportuno», indicou a câmara municipal em comunicado.
A decisão de sepultar naquele local Mohamed Merah, de nacionalidade francesa e ascendência argelina, foi tomada depois de a Argélia ter recusado a trasladação do corpo para o seu território, onde a família pretendia sepultá-lo.
«Eu disse o que pensava de Mohamed Merah, que ele agiu de uma forma monstruosa. E disse que os protestos do pai dele eram indignos e indecentes. Como chefe de Estado, preferia que o tivéssemos detido vivo. Fizemos tudo para isso, a polícia fez um trabalho notável e afirmei que todas as polémicas que se seguiram foram vergonhosas», disse Sarkozy.
O pai de Mohamed Merah, Mohamed Benalel Merah, anunciou na segunda-feira que vai processar judicialmente as autoridades francesas pelo homicídio do filho, morto a tiro há uma semana durante o assalto policial ao apartamento onde se tinha refugiado 32 horas antes.
Mohamed Merah, de 23 anos, confessou ser o autor de três ataques, perpetrados na zona de Toulouse (sudoeste de França), nos quais sete pessoas foram mortas a tiro.