A secretária-geral do PP espanhol desmentiu todas as «mentiras e calúnias» feitas pelo ex-tesoureiro do partido, Luís Bárcenas, que disse à justiça ter entregue dinheiro àquela dirigente e a Rajoy.
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Em conferência de imprensa hoje realizada na sede do PP, María Dolores de Cospedal respondeu às declarações de Bárcenas, que disse em tribunal que entregou dois envelopes com 25 mil euros em notas à secretária-geral do partido e a Mariano Rajoy, no contexto das estratégias de contabilidade paralela.
«É completamente falso», disse a dirigente do PP e presidente do governo regional de Castilla-La Mancha, rejeitando também as suspeitas de contabilidade paralela no partido.
«Não admito nem admitirei uma chantagem de ninguém, por muito desesperada que esteja pela incapacidade de explicar a origem dos seus milhões na Suíça», disse ainda Cospedal, que «deseja» também desmentir estas acusações em sede judicial.
O ex-tesoureiro do PP espanhol afirmou hoje perante um juiz que em 2010 entregou 25.000 euros da chamada contabilidade paralela do partido a Mariano Rajoy e outros 25.000 euros à secretária-geral.
As fontes, citadas pela agência noticiosa Efe, indicaram que Luis Bárcenas disse perante um juiz ter feito as entregas pessoalmente, em março de 2010, em notas de 500 euros metidas em envelopes castanhos, e, no caso da secretária-geral, María Dolores de Cospedal, que a entrega foi feita no gabinete dela na sede do partido.
Mariano Rajoy, primeiro-ministro de Espanha desde 2011 e líder do PP desde 2004, foi envolvido por Luis Bárcenas num escândalo de pagamentos irregulares a dirigentes do partido e de donativos ilegais de empresários em troca de contratos de adjudicação.
Segundo Bárcenas, esses pagamentos não eram incluídos na contabilidade oficial porque ultrapassavam o limite legal ou porque eram feitos por empresas contratadas pelo Estado que, como tal, estavam legalmente impedidas de fazer donativos ao partido.