Secretário de Estado dos EUA diz que recolha de informação sobre outros países «não é invulgar»
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou hoje que procurar informações sobre outros países «não é invulgar», mas prometeu investigar as alegações de que os Estados Unidos escutaram representações europeias.
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Em declarações à imprensa à margem de uma reunião no Brunei, Kerry disse que a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, lhe manifestou preocupação acerca das alegações, mas que ele não está em condições de fazer comentários específicos por estar em viagem.
«A senhora Ashton falou-me disso hoje, de facto, e combinámos continuar em contacto. Aceitei investigar do que se trata exatamente e voltar a falar com ela», disse Kerry à imprensa.
«Qualquer país que esteja envolvido em questões internacionais, de segurança nacional, desenvolve uma série de atividades para proteger a segurança nacional e todo o tipo de informação contribui para isso. Tudo o que sei é que não é invulgar para muitos países», disse.
John Kerry, que chegou hoje de manhã ao Brunei para uma reunião dos países Ásia-Pacífico, acrescentou que não vai fazer mais comentários até «ter todos os factos e saber exatamente qual é a situação».
A União Europeia manifestou preocupação e pediu
«esclarecimentos urgentes» depois de notícias da revista alemã Der Spiegel e do jornal britânico The Guardian segundo as quais os Estados Unidos colocaram escutas em gabinetes e representações europeias.
As informações publicadas baseiam-se em documentos divulgados pelo ex-consultor da Agência Nacional de Segurança (NSA) norte-americana, acusado de espionagem pelos Estados Unidos.
A comissária da Justiça da União Europeia, Viviane Reding, advertiu no domingo que as alegadas escutas podem pôr em risco as negociações para um acordo de comércio livre UE-EUA, lançadas em junho.