O tribunal constitucional validou, esta sexta-feira, a candidatura do presidente senegalês Abdoulaye Wade a um terceiro mandato. Uma decisão que motivou violência nas ruas da capital senegalesa.
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Pouco depois do anúncio a dar conta da possibilidade de Abdoulaye Wade se recandidatar, uma das principais praças da capital Dakar tornou-se palco de violentos confrontos entre a polícia e a oposição, principalmente jovens.
Irritados com a decisão e munidos de pedras, os opositores foram recebidos com bombas de gás lacrimogéneo pela polícia.
Após mudanças controversas na constituição do país, os opositores argumentam que Abdoulaye Wade, que está no poder desde 2000, não poderia recandidatar-se por já ter cumprido dois mandatos legais de cinco anos, o que não permite nova corrida à presidência.
Já os partidários do presidente defendem que a contagem dos dois mandatos legais deve ser feita a partir de 2007, com base na constituição de 2001.
O actual presidente argumenta que a lei não é retroactiva e vê agora o Tribunal dar-lhe razão.
O tribunal constitucional deu ordem para que, ao todo, 14 candidatos, incluindo Abdoulaye Wade, se candidatem às eleições de 26 de Fevereiro.
Entre os possíveis futuros presidentes do Senegal não está, no entanto, o nome de Youssou N'Dour, o cantor senegalês reconhecido a nível mundial.