Em entrevista à TSF, o secretário-geral da Confederação Europeia de Sindicatos, Patrick Itschert, está contra as políticas de austeridade dos últimos anos e apela à criação de uma governação económica europeia.
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Um mega-protesto contra a austeridade vai realizar-se hoje em 29 países europeus (incluindo a Turquia) e, pela primeira vez, conta com greves simultâneas em quatro países: Portugal, Espanha, Grécia e Itália.
A jornada europeia é organizada pela Confederação Europeia dos Sindicatos (CES) e vai mobilizar cerca de 40 organizações sindicais, tendo como lema "Pelo emprego e a solidariedade na Europa, não à austeridade".
A TSF conversou com o secretário-geral da CES, Patrick Itschert que insiste no apelo para que a Europa tenha uma governação económica mais justa.
«Não estamos contra a disciplina orçamental nem contra a Europa. Aquilo que contestamos é este tipo de austeridade cega, esta governação económica e esta Europa», afirma.
Patrick Itschert sublinha que o objetivo deste mega-protesto é atacar a austeridade e apontar novos caminhos. «A mensagem é muito clara: a austeridade não funciona. Existem alternativas. A competitividade olhando apenas para os salários é outra falha. A austeridade está em curso há anos e não funciona».
O secretário-geral da Confederação Europeia de Sindicatos diz ainda que Portugal é um exemplo claro das falhas das políticas de austeridade.
«É um dos exemplos da espiral negativa provocada pela austeridade. É assim na Grécia, Espanha, Portugal. Dizer às pessoas que gastaram de mais e que a austeridade é necessária não é verdade. É possivel espalhar esse esforço ao longo de mais anos. O problema é a especulação e os juros. É preciso um programa de investimento europeu que faça crescer, de novo, a economia», conclui.