O chefe da diplomacia síria contestou as «prerrogativas muito amplas» que a Liga Árabe quer dar aos 500 observadores que pretende enviar para a Síria.
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O ministro sírio dos Negócios Estrangeiros acusou, este domingo, alguns países da Liga Árabe de utilizarem esta organização como «instrumento para chegarem ao Conselho de Segurança» da ONU.
Numa referência ao projecto da Liga Árabe que prevê o envio de 500 observadores para a Síria, Walid Mouallem considerou que este «protocolo dá aos emissários da Liga Árabe prerrogativas muito amplas, mesmo impossíveis, que podem chegar à violação da soberania nacional».
Segundo Mouallem, a proposta da Liga Árabe «contém artigos que reflectem as posições desequilibradas de alguns estados membros após o início da crise».
«É algo sem precedentes na história das organizações regionais que uma organização trabalhe contra o interesse de um dos seus membros», acrescentou o chefe da diplomacia síria, numa conferência de imprensa em Damasco.
Moullaem aproveitou ainda para desvalorizar a importância das ameaças da Liga Árabe em aplicar sanções económicas à Síria se os actos de violência não parassem até sábado à tarde.
«Não consideramos a questão do ultimato seja importante. O conteúdo é que é importante e chegar a um acordo com a Liga Árabe é que conta», concluiu.
O plano da organização pan-árabe prevê a retirada dos tanques do governo das ruas, a libertação dos presos políticos, o fim do ataque aos civis e a permissão para a entrada de observadores.