O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lançou hoje um derradeiro apelo ao regime sírio para que cesse ataques contra civis, a poucas horas de terminar, na terça-feira, o prazo para a retirada de tropas das cidades sírias.
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«O secretário-geral pede de novo ao governo sírio para pôr imediatamente fim às ações militares contra civis e respeitar os compromissos assumidos junto do emissário especial (da ONU e da Liga Árabe) Kofi Annan», disse Martin Nesirky, porta-voz das Nações Unidas.
O plano para a saída da crise apresentado pelo antigo secretário-geral da ONU Kofi Annan, que Damasco aceitou no passado dia 2 e foi ratificado na quinta-feira pelas Nações Unidas, prevê a retirada do exército sírio das cidades na terça-feira de manhã, a fim de permitir um cessar-fogo total num prazo de 48 horas.
Entretanto, a Casa Branca já fez saber que ainda não detetou qualquer gesto da parte do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, de que tenciona respeitar os compromissos assumidos para por fim à violência no país.
«Veremos o que se passa no dia 10 e acolheremos a avaliação de Kofi Annan quanto ao comportamento do regime sírio. Condenamos todos os ataques que foram lançados e a brutal violência contra os sírios», disse Jay Carney, porta-voz do presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama.
Na véspera da aplicação do plano de paz, pelo menos 105 sírios morreram em atos de violência na Síria, segundo dados do Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
Segundo a mesma fonte, entre os mortos contam-se 23 membros das forças de segurança de Bashar al-Assad e oito elementos das forças da oposição, sendo os restantes civis.
Pelo menos 35 civis sírios, incluindo mulheres e crianças, foram mortos num bombardeamento das forças governamentais à localidade de Latamna, na província central de Hama.