Entrevistado em outubro pela TSF, o sírio Majad Radwan manifestava algum otimismo devido ao seu projeto de educação para crianças sírias. Dois meses depois, admite que os dias são cada vez mais difíceis.
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Na cidade de Aleppo não há nos dias que correm um edificio que não esteja parcial ou totalmente destruido.
Nas ultimas semanas, tentando ganhar terreno antes das negociações de paz previstas para janeiro, o regime tem intensificado a ofensiva contra a provincia e contra a cidade.
Majad Radwan, um sirio que vive em Aleppo, diz que os ataques se sucedem.
Nos últimos 10 meses o regime tinha lançado 10 bombas barril contra a cidade e arredores. Nos últimos 15 dias lançou mais de 100 matando mais de 500 pessoas, cerca de 150 eram crianças.
Quando a TSF falou com Majad em Outubro, este jovem de 27 anos estava optimista e animado com a organização que tinha criado: o Movimento para o progresso e prosperidade. Uma organização que fornecia ajuda médica, comida e água e tinha ainda cinco escolas frequentadas por 500 alunos.
Hoje fala como alguém encurralado, quase sem esperança, que precisa ele próprio de ajuda porque as pessoas não podem sair à rua para comprar comida. Os ataques são constantes e a população está confinada a subterrneos onde se sente mais segura.
Majad Radwan queixa-se que os alvos dos bombardeamentos são maioritariamente civis. Foi isso que aconteceu no sábado, num mercado de Aleppo onde distribuíam alimentos. O ataque aconteceu ao meio dia quando muitas pessoas tentavam abastecer-se e por isso a maioria das vitimas foram mulheres e crianças.