O emissário internacional para a Síria, vai propor na quinta-feira a formação de um novo grupo de contacto, com ocidentais, Rússia e China, para convencer Damasco a encetar um diálogo com a oposição, disseram hoje fontes diplomáticas.
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Segundo as mesmas fontes, Annan poderá sugerir que o Irão - envolvido num braço de ferro com os países ocidentais por causa do seu controverso programa nuclear - e outros importantes países do Médio Oriente participem neste novo grupo.
Emissário das Nações Unidas e da Liga Árabe na Síria, Kofi Annan discursará na quinta-feira na Assembleia-Geral das Nações Unidas e posteriormente no Conselho de Segurança.
De acordo com o jornal francês Le Monde e o diário norte-americano The Washington Post, Annan submeterá ao Conselho de Segurança a proposta de reunir à mesma mesa a Turquia, Arábia Saudita, o Qatar, Irão e os cinco membros permanentes do CS (Estados Unidos, China, França Reino Unido e Rússia).
Questionado sobre o assunto, um diplomata da ONU disse que as notícias dos dois jornais estavam «bem fundamentadas» e que Annan iria apresentar novas propostas porque o seu plano de paz se encontra «sob respiração artificial».
«É necessário envolver a Rússia numa estratégia de transição para a Síria», adiantou, lembrando os diversos contactos desenvolvidos recentemente com Moscovo.
No Conselho de Segurança da ONU, a Rússia está a esforçar-se, até ao momento, em proteger a Síria, sua aliada.
Hoje, o chefe de diplomacia russa, Sergueï Lavrov, defendeu a realização de uma nova conferência sobre a Síria que reúna «os países que têm realmente influência sobre os diversos grupos da oposição» síria, nomeadamente a Turquia, Irão, Liga Árabe, União Europeia e os países membros do Conselho de Segurança da ONU.
Até agora, o Grupo dos Amigos da Síria, que se reuniu sem regularidade desde o início deste ano, não contou com as presenças da China, nem da Rússia, os dois países que têm bloqueado as medidas coercivas das Nações Unidas contra o regime sírio.