O cônsul português em Damasco, também presidente da organização Crescente Vermelho, alerta que há meio milhão de pessoas a necessitar de ajuda urgente na Síria.
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Abdul Rahman El-Attar, que herdou do pai a presidência do Crescente Vermelho (organismo semelhante à Cruz Vermelha) na Síria, coordena o trabalho de mais de 10 mil voluntários e apresenta-se a si mesmo como voluntário. Nas últimas semanas tem concentrado todos o esforças nas cidades mais atingidas pelas forças do regime, como Homs.
«Estamos a trabalhar com organizações internacionais, como a Cruz Vermelha. Estamos a chegar a estas cidades para prestar ajuda humanitária às pessoas, para lhes dar medicamentos e para dar material médico aos hospitais. Para já, estamos a ser bem sucedidos. Estamos a ter acesso a esta cidades, algumas com dificuldades», disse.
Abdul Rahman El-Attar estima que há mais de meio milhão de pessoas necessitadas. A custo vai conseguindo levar ajuda, como medicamentos, ambulâncias e cobertores, e vai pedindo as condições necessárias para alargar o seu trabalho.
«Todos os dias tentamos pedir uma cessar-fogo para podermos ajudar as pessoas, para ajudar as mulheres e as crianças», afirmou.
Dedicado ao Crescente Vermelho, foge das questões políticas, sublinhando várias vezes que é voluntário e que no dia-a-dia se limita a aplicar os seus princípios. Mas, de uma coisa tem a certeza: a queda do regime de Bashar Al-Assad não depende dos sírios.
«Não me cabe a mim julgar, mas insisto que precisamos de continuar a mobilizar a comunidade internacional, porque nós somos independentes, não tomamos partido por ninguém. Estamos no meio, impotentes», alertou.
Em Damasco, Abdul Rahman El-Attar fez ainda saber que em circunstância alguma admite abandonar o país. «Claro que vou continuar com o meu povo, com o meu voluntariado», garantiu.