A chanceler alemã, Angela Merkel, quer uma resposta «clara e conjunta» da comunidade internacional ao regime sírio, caso se confirme que as tropas leais a Bashar al-Assad mataram centenas de pessoas com armas químicas.
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Berlim tem afirmado ser contra qualquer intervenção militar externa e defendido uma solução política.
O porta-voz do Governo alemão, Steffen Seibert, afirmou que «com grande probabilidade» ocorreu um ataque com «gás venenoso» na Síria, tal como foi denunciado pela oposição.
Se a missão de peritos da ONU, enviada à Síria, confirmar o uso de armas químicas, Merkel - que manteve no sábado contactos telefónicos com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e com o presidente francês, François Hollande - quer uma resposta clara, contundente e conjunta da comunidade internacional «nos próximos dias».
Antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Guido Westerwelle, considerou que, a confirmar-se o ataque, deve haver consequências. «O uso de armas de destruição maciça seria um crime contra a civilização», disse.
A situação na Síria levou o primeiro-ministro britânico, David Cameron, a encurtar as férias e a regressar a Downing Street na terça-feira, antes de presidir a uma reunião do Conselho de Segurança britânico, anunciou um porta-voz.
O chefe do Governo britânico, de férias na região da Cornualha (sudoeste de Inglaterra), manteve contactos durante o fim de semana com vários dirigentes, incluindo o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre a resposta a dar ao alegado ataque com armas químicas, perto de Damasco.
A União Europeia evitou pronunciar-se sobre uma possível intervenção militar na Síria, limitando-se a dizer esperar os resultados da missão de investigação da ONU sobre o alegado uso de armas químicas no país.
«A missão da ONU foi autorizada e vai estudar agora o local dos acontecimentos. Vamos esperar os resultados da investigação», disse, em conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, o porta-voz para as Relações Externas.
Sebastien Brabant explicou que a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, está em contacto com os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus, bem como com os diferentes atores internacionais.
«Não vamos comentar as várias declarações do fim de semana», sobre uma possível intervenção militar liderada pelos Estados Unidos, com o apoio da Alemanha, França e Reino Unido.
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), organização não-governamental com sede em Londres, pelo menos 322 pessoas morreram durante o ataque na quarta-feira.