O exército sírio retomou os bombardeamentos aos bairros rebeldes de Homs e 14 pessoas, sete das quais civis, morreram em novas violações do cessar-fogo em todo o país, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Corpo do artigo
Seis dias após a instauração de um cessar-fogo, violado diariamente, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deverá informar o Conselho de Segurança do trabalho dos observadores que chegaram na segunda-feira à Síria para verificar a aplicação do plano de paz apresentado por Kofi Annan, emissário da ONU e da Liga Árabe.
Se as autoridades sírias não derem seguimento antes do final da semana ao «protocolo» que permite aos observadores circularem em todo o país, «não passamos à etapa seguinte que é autorizar a missão completa» de 250 homens, afirmou um diplomata na ONU citado pela France Presse.
No entanto, o porta-voz da diplomacia síria, Jihad Makdessi, citado pela referida agência, afirmou que as autoridades e os observadores estão de acordo em 90 por cento dos pontos do protocolo.
Ban Ki-moon exortou o regime sírio a garantir liberdade total de movimento para os observadores, como previsto no plano de paz do emissário internacional e apontou à União Europeia a necessidade de aviões e helicópteros para garantir o transporte da missão.
O plano visa pôr fim à repressão da revolta popular que começou há um ano e se tem militarizado nos últimos meses. Treze meses de violência já fizeram mais de 11.100 mortos, segundo o OSDH.
Apesar das garantias de Damasco de que quer respeitar o plano, o exército não retirou os tanques das ruas, retomou os bombardeamentos em Homs e fez novas detenções, denunciaram ativistas.
Os bairros de Homs que não estão sob controlo do exército continuaram a ser bombardeados, segundo a oposição.
O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coligação da oposição, acusou o regime de perpetrar «violações flagrantes do cessar-fogo» e apelou aos observadores para se deslocarem «rapidamente a Idleb e Homs para que vejam os massacres que o regime continua a cometer».