A oposição síria acusou ainda a comunidade internacional de ser cúmplice, pelo silêncio, num ataque «com armas químicas» perpetrado hoje pelo regime nos arredores de Damasco.
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As forças armadas sírias desmentiram categoricamente ter utilizado armas químicas na região e falaram de acusações «sem fundamento».
O ataque ocorreu numa altura em que peritos da ONU estão desde domingo na Síria para investigar as acusações de recurso a armas químicas feitas pelos dois lados em conflito.
«O que nos mata e mata os nossos filhos não é só o regime. É também a indecisão norte-americana, o silêncio dos nossos amigos. O abandono da comunidade internacional mata-nos, a indiferença dos árabes e dos muçulmanos, a hipocrisia do mundo que julgávamos livre mata-nos», declarou numa conferência de imprensa, em Istambul, George Sabra, dirigente da Coligação Nacional da Oposição.
«O regime sírio ri-se da ONU e das grandes potências quando ataca com armas químicas as imediações de Damasco numa altura em que a comissão internacional de inquérito está perto» do local, acrescentou.
«Onde está a comunidade internacional. Onde está a sua honra?», insistiu, afirmando que o ataque de hoje a uma área controlada pelos rebeldes fez 1.300 mortos.
«Qualquer discurso sobre a conferência de Genebra II e as propostas políticas são inúteis com a continuação dos massacres. O que aconteceu põe fim a todos os esforços políticos pacíficos e torna absurdo qualquer discurso sobre isso», disse o dirigente da oposição.
Sabra referia-se à conferência internacional de paz sobre a Síria que está a ser preparada há meses por Washington e Moscovo.
A guerra civil na Síria, que começou com uma revolta popular contra o regime de Bashar al-Assad em março de 2011, já fez mais de 100 mil mortos, segundo a ONU.