A Itália e a Alemanha pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança por causa da situação na Síria, numa altura em que a comunidade internacional condenou o ataque militar deste domingo.
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«Exigimos que o Conselho de Segurança das Nações Unidas realize uma reunião de emergência para tomar uma posição forte», disse à TG2 o ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Franco Frattini, acrescentando que também propôs «uma reunião de embaixadores da UE em Damasco».
«O regime cometeu um acto horrível de repressão, fazendo mais de cem mortos», criticou. Disse ainda que a Itália apela à cessação imediata da violência no país na véspera do Ramadão.
Entretanto, também a Alemanha solicitou uma reunião urgente do Conselho de Segurança devido à situação naquele país.
Este domingo foi um dos dias mais sangrentos desde o início da revolta em meados de Março. Os activistas dos direitos humanos acusam o exército e as forças de segurança de terem feito uma ofensiva que matou mais de uma centena de civis em Hama, no centro da Síria.
Numa reacção, o presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou estar «horrorizado» e assegurou que Washington vai isolar Damasco um pouco mais.
A porta-voz da embaixada dos EUA em Damasco disse à BBC que o ataque de Hama é um acto «desesperado» do regime.
Londres também denunciou ataques injustificados «particularmente ofensivos» na véspera do mês sagrado do Ramadão
Roma falou num «acto horrível» enquanto Paris condenou «com a máxima firmeza» e Berlim exigiu o fim «imediato» da violência.
O Presidente do Parlamento Europeu denunciou o «massacre» e apelou a Damasco para transferir o poder.
As autoridades da Turquia, cujos laços com a Síria se estreitaram nos últimos anos, afirmaram-se «tristes e desapontadas» e pediram ao regime sírio para acabar com as operações militares porque não são a solução.
«A Síria está a sangrar», denunciam os militantes do site "Revolução Síria 2011". Este movimento, um dos mentores da revolução, afirmou que o massacre foi feito após as orações nas mesquitas durante a noite que antecede o Ramadão.
Desde o início dos protestos, a 15 de Março, a repressão já causou cerca de 2000 mortos, incluindo mais de 1600 civis, afirmam as organizações de direitos humanos.
A agência de notícias oficial SANA coloca a culpa da agitação em grupos armados que «incendiaram delegacias de polícia» e «montaram obstáculos nas ruas».
As autoridades têm tentado submeter a cidade de Hama, palco das grandes manifestações contra o governo, que reúne cerca de 500 mil pessoas todas as sexta-feira deste mês de Julho.