A União Europeia expressou o seu «profundo pesar» pela demissão de Kofi Annan como mediador para a Síria e assegurou que continuará a defender o seu plano de paz como a melhor saída para o conflito no país.
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Kofi Annan demitiu-se das funções de emissário da ONU e da Liga Árabe para a Síria, anunciou hoje o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
Em comunicado, citado pela agência Efe, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, salientou os «incansáveis esforços» de Annan para obter «uma solução pacífica para a crise síria».
Ashton sustentou que o plano de paz proposto pelo antigo mediador «continua a ser a melhor esperança para o povo da Síria».
Para a chefe da diplomacia europeia, uma «maior militarização do conflito, por qualquer uma das partes [rebeldes e tropas pró-regime], só poderá trazer mais sofrimento à Síria e aos seus cidadãos».
Catherine Ashton culpou indiretamente a China e a Rússia pela atual situação na Síria, dado que vetaram, por três vezes, resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
«A renúncia de Annan deixa claro quão infeliz foi o Conselho de Segurança da ONU por não ter sido capaz de aprovar uma resolução», assinalou a representante da União Europeia, considerando que tal documento teria contribuído para o sucesso do plano de paz.
Ashton insistiu que a União Europeia continuará a trabalhar para conseguir uma transição política liderada pelos próprios sírios e que responda às aspirações democráticas do povo e devolva a estabilidade à Síria.
Kofi Annan justificou hoje a sua demissão com «a militarização crescente no terreno e a falta de unanimidade no Conselho de Segurança», bem como com a falta de «todos os apoios que a causa merecia».
O emissário cessante apresentou em abril um plano de paz para a Síria que, apesar de contar com o apoio das partes envolvidas, acabou por ser sempre ignorado.