As autoridades turcas elevaram hoje para 282 o número de mortos na explosão de uma mina de carvão, na cidade de Soma, no oeste da Turquia. Para hoje está marcado um protesto dos sindicatos da função pública motivado pelo acidente.
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O novo balanço foi facultado pelo ministro da Energia, Taner Yildiz, depois de terem sido retirados mais corpos do local.
Há ainda um número indeterminado de mineiros encurralados na sequência do acidente de terça-feira, considerado o mais grave da história da Turquia.
Os sindicatos da função pública anunciaram na última noite uma greve. O protesto começa hoje com os sindicatos turcos a contestar a onda de privatizações em curso no país.
Consideram que a redução de custos das empresas coloca em perigo a vida dos trabalhadores, atirando as culpas do acidente para os responsáveis políticos.
A estas críticas, juntam-se as polémicas declarações do primeiro-ministro turco, quando horas antes visitou a mina. Racep Tayyip Erdogan rejeitou responsabilidades e afirmou que os acidentes em minas acontecem em todo o mundo. Palavras que geraram protestos e levaram o governante improvisar uma fuga do local do acidente.
O Ministério do Trabalho e Segurança Social turco indicou que a última inspeção à mina decorreu a 17 março e que a empresa aplicava as normas de segurança em vigor.
As explosões em minas são frequentes na Turquia, em particular nas do setor privado, onde as medidas de segurança não são frequentemente aplicadas.
O acidente mineiro mais grave ocorrido na Turquia até aqui remonta a 1992, quando 263 trabalhadores morreram numa explosão de gás na mina de Zonguldak (norte), zona da maior bacia mineira de carvão na Turquia.