O militar norte-americano suspeito de ter matado 16 civis afegãos no domingo será julgado pela justiça militar dos Estados Unidos, anunciou hoje o Pentágono, recusando o apelo do parlamento afegão para que o soldado fosse julgado publicamente «diante do povo afegão».
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«Existem acordos com o governo do Afeganistão no que se refere aos inquéritos e, se for o caso, aos processos contra militares norte-americanos pelos canais militares norte-americanos», declarou a jornalistas o porta-voz do Pentágono, George Little.
A câmara baixa do Parlamento afegão pediu hoje ao governo norte-americano para garantir que os responsáveis sejam julgados e punidos «num processo público diante do povo afegão».
Quando enviam as suas forças para um país com o acordo do governo do mesmo, os Estados Unidos assinam sempre acordos determinando que eventuais crimes e delitos cometidos pelos militares norte-americanos destacados sejam julgados pela justiça militar norte-americana.
Após o massacre de Haditha em novembro de 2005 no Iraque, em que foram mortos 24 civis, os soldados norte-americanos envolvidos foram julgados por um tribunal marcial norte-americano. Sete foram inocentados e um oitavo foi condenado a 90 dias de prisão, que não cumpriu.
Em novembro, Washington desistiu de manter tropas no Iraque para ajudar à formação do exército iraquiano e contrariar a influência do vizinho Irão perante a recusa de Bagdad de conceder imunidade judicial aos soldados norte-americanos que ficassem no país.
Na madrugada de domingo, um soldado do contingente norte-americano da força internacional da NATO saiu da sua base na província de Kandahar fortemente armado e abateu os ocupantes de três casas nos arredores, entre os quais nove crianças e três mulheres, antes de queimar os corpos.