A dois dias das eleições na Grécia, os dois partidos da coligação que governou o país nos últimos meses e assinou o acordo do terceiro resgate, querem continuar a trabalhar juntos. Ouvidos pela TSF, Syriza e Gregos Independentes acreditam na vitória no domingo.
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A menos de 48 horas das eleições antecipadas na Grécia, é grande a confusão, com as sondagens a servirem todos os gostos.
Num dos estudos, há um empate efetivo entre Syriza e Nova Democracia, com o Syriza a apresentar uma vantagem marginal. Noutro estudo, a vantagem, também, simbólica, é da Nova Democracia. Nenhuma desta sondagens antevê a possibilidade de uma maioria absoluta de um só partido e todas convergem numa certeza: a extrema direita da Aurora Dourada será a terceira força política na Grécia.
Para o lugar de primeiro-ministro surgem dois nomes. De um lado, Alexis Tsipras, o primeiro-ministro cessante e líder do Syriza, o partido de esquerda que ganhou as eleições de janeiro. Apostou na ruptura com a troika e aceitou um terceiro resgate associado a um plano de austeridade que provocou um cisão dentro do próprio partido. Do outro, Evangelos "Vangelis" Meimarakis , lider da Nova Democracia, de centro direita, o partido que governou no início do segundo resgate, até Janeiro deste ano.
No último governo, o Syriza ficou próximo da maioria absoluta mas acabou por ter de governar com um aliado improvável, o partido dos gregos independentes, de direita, liderado por Panagiótis "Pános" Kamménos.
Ouvido pela TSF, nas últimas horas da campanha, Pános Kamménos garantiu que o projeto de governo dos últimos meses vai continuar a merecer a confiança dos eleitores.
"Tenho a certeza. As sondagens que nós temos dizem que o Syriza tem uma diferença superior a 5% em relação à Nova Democracia, o segundo partido. Aconteceu o mesmo no referendo. Isso acontece, primeiro, porque as empresas de sondagens trabalham para a imprensa e a imprensa apoia o velho sistema. Depois porque mais de 40% dos gregos não quer participar nas sondagens porque eles sabem que elas têm o objetivo de condicionar a opinião pública. Tenho a certeza que no domingo o Syriza vai ganhar com uma grande margem e os gregos independentes vão pelo menos igualar o resultado de janeiro", disse à TSF.
Para o que se segue na Grécia, Pános Kamménos não têm duvidas que só com um combate eficaz à corrupção será possível cumprir o plano que garantiu um terceiro resgate da Grécia de mais de 80 mil milhões de euros.
Para a eleição de domingo, a expectativa é que o Syriza vai vai ganhar e vai precisar de se coligar novamente com os gregos independentes. "Esperamos no domingo ter a confirmação do povo grego que vamos continuar a cooperação com o Syriza num governo bastante diferente porque teremos uma coligação entre a esquerda e o centro-direita que apoiam a presença da Grécia na União Europeia e que têm como objetivo unir o povo. Juntar os gregos de todos os partidos políticos para que apoiem o projeto para a saída da crise", defendeu.
O acordo do Syriza com o partido dos gregos independentes foi o plano B, depois do Syriza ter ficado perto da maioria absoluta nas eleições de janeiro.
Ouvido pela TSF, Argyrios Panagopoulos, dirigente do Syriza, garantiu que o trabalho conjunto com o partido dos gregos independente, também um partido de direita, é para continuar.
Argyrios Panagopoulos, garante que as eleição de domingo são para ganhar. A única ideia que o partido afasta é a de uma coligação com a Nova Democracia.
"Não queremos estar reféns de ninguém e se não conseguirmos fazer isso, podemos fazer oposição.O Syriza não é um partido que quer estar no governo a todo o custo", adiantou.
* Notícia atualizada às 11:24 com declarações do dirigente do Syriza, Argyrios Panagopoulos