Submersível turístico com cinco pessoas desaparecido em visita a destroços do Titanic
O veículo pode transportar um piloto, três turistas e um "especialista de conteúdo" e tem uma "reserva de emergência" de oxigénio válida para até 96 horas.
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Um submarino turístico com cinco pessoas a bordo desapareceu no norte do Oceano Atlântico, na manhã deste domingo, durante uma visita aos destroços do navio Titanic. A Guarda Costeira de Boston, nos Estados Unidos, já iniciou uma operação de busca e salvamento.
No Twitter, a mesma autoridade explica que o veículo "Titan" perdeu contacto com o "Polar Prince", o navio de apoio, "cerca de 1h45 após submergir" e está agora a ser procurado, num exercício que envolve um avião P-8 Poseidon e um C-130.
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Em conferência de imprensa, o Almirante John Mauger, da Guarda Costeira dos Estados Unidos, explicou que as autoridades estão a fazer todos os possíveis para "localizar e resgatar" os tripulantes. As Forças Armadas do Canadá também estão a empenhar meios de busca.
O submersível pode levar até cinco pessoas a bordo - um piloto, três turistas e um "especialista de conteúdo" -, e iniciou esta operação lotado, confirmou a guarda costeira. Tem uma "reserva de emergência" de oxigénio para até 96 horas de fornecimento aos ocupantes e, revelou Mauger, as estimativas apontam para "entre 70 a 96 horas ainda disponíveis".
A zona em que decorrem as buscas é descrita como "remota", o que dificulta as operações e tem levado a Guarda Costeira a socorrer-se de "operadores comerciais" que estejam na zona e são "os primeiros no local", cooperando com aquela autoridade.
As buscas estão também a decorrer sob a condição de que o "Titan" pode não ter ainda voltado à superfície, pelo que estão a ser usados sonares, limitando as manobras à "escuta de sons". Assim, para fazer buscas sob a superfície da água será necessário recorrer a outro tipo de meios.
A OceanGate Expeditions, empresa a que pertence o submarino e responsável pelas expedições em alto mar, afirmou estar "a explorar e a mobilizar todas as opções para trazer as pessoas de volta em segurança". A empresa disse, ainda, que tem tido "assistência extensiva" de várias agências governamentais e outras empresas na tentativa de restabelecer o contacto com o submarino.
Um explorador britânico, Hamish Harding, anunciou no domingo, através de uma publicação no Facebook, que iria juntar-se à última expedição, deste ano, da OceanGate ao Titanic.
"A equipa no submarino conta com alguns exploradores lendários, dos quais fizeram mais de 30 mergulhos no RMS Titanic desde os anos 80", afirmou.
As viagens para ver os destroços do Titanic, que se encontram a 3800 metros de profundidade e a 600 quilómetros da costa de Newfoundland, no Canadá, têm duração de oito dias e um custo associado que pode chegar até aos 250 mil dólares (228,8 mil euros).
A OceanGate Expeditions é a única empresa que possui um submarino, chamado "Titan", capaz de chegar ao fundo do oceano para ver de perto os destroços do Titanic, o navio de passageiros que se afundou na viagem inaugural entre o Reino Unido e os Estados Unidos em abril de 1912, depois de ter colidido com um icebergue.
O desastre custou a vida a 1514 dos 2224 passageiros e tripulantes.
Os destroços do luxuoso transatlântico só foram encontrados em 1985, mais de sete décadas depois do naufrágio.
*em atualização