Sumar diz que o acordo com PSOE "está longe" e Vox apela a "manifestação geral" contra Sánchez
O rei Felipe VI iniciou esta segunda-feira uma nova ronda de consultas com os partidos políticos.
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O acordo ainda "está longe", mas a vontade de Sumar é "formar um Governo de coligação progressista presidido por Pedro Sánchez". Foram estas as palavras de Yolanda Díaz depois do seu encontro com o rei Felipe VI.
O monarca iniciou esta segunda-feira uma nova ronda de contactos com os partidos depois da tentativa frustrada de investidura do líder do Partido Popular, Alberto Nuñez Feijóo. Agora seria a vez de Sánchez tentar formar Governo, mas antes de indigitar o socialista, o rei quer saber quem está disposto a apoiá-lo.
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Yolanda Díaz foi clara e disse que a formação política não está disposta a dar "um cheque em branco" a Sánchez, mas mostrou-se confiante. "Vamos trabalhar para cumprir o mandato dos cidadãos. Mas não nos conformamos com aquilo que conseguimos nestes quatro anos, temos que avançar mais em direitos", disse a líder da Sumar.
Outro dos possíveis sócios de Sánchez é o Partido Nacionalista Basco, mas também Aitor Esteban disse ao rei que ainda não há qualquer acordo com os socialistas. De fora destes encontros ficaram os catalães do Esquerda Republicana e do Junts per Catalunya, os bascos do Bildu e os galegos do BNG, cujos votos também seriam necessários para investir Sánchez. As quatro formações recusam reunir-se com o rei devido às suas tensas relações com a Monarquia.
A surpresa do dia foi a posição da Coligação Canária que, depois de apoiar Feijóo na semana passada, não descartou apoiar um Governo socialista.
"Nós vamos esperar para ver se o PSOE quer um acordo com a Coligação Canária, se quer sentar-se, se aceita o que pedimos, ter informação de quais são as suas negociações", disse a porta-voz, Cristina Valido.
Vox e os "inimigos de Espanha"
Além do Partido Popular, Sánchez conta também com os votos contra do União do Povo Navarro e do Vox. O partido de extrema-direita foi esta segunda-feira mais longe e, depois do encontro com o rei, apelou a "uma manifestação geral" contra Sánchez. "Estamos dispostos a convoca-la quando for preciso, estamos dispostos a lutar nos tribunais, nas instituições e nas ruas", disse Abascal.
O líder da formação de extrema-direita garante que "o povo espanhol vai defender-se", e deixou o aviso de que "os inimigos de Espanha e da ordem Constitucional estão prestes a tomar as instituições do Estado".
Amanhã, o rei recebe Alberto Núñez Feijóo e Pedro Sánchez. No final do dia, o monarca deverá indigitar o socialista para a formação de Governo. Sánchez tem depois dois meses para fechar as negociações e garantir os apoios necessários.