No total o grupo terá de percorrer mais de quatro quilómetros, incluindo porções inundadas e estreitas.
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A retirada das 12 crianças e do treinador presos numa gruta na Tailândia há 15 dias está repleta de armadilhas, incluindo uma passagem muito estreita, que é a obsessão dos mergulhadores.
Na zona muito estreita, denominada "intersecção T", os jovens terão de se esgueirar. "A passagem, muito estreita, sobe e desce" e exige contorção, explicou Narongsak Osottanakorn, chefe da célula da crise.
Esta zona está a 1,7 quilómetros de distância do local onde o grupo foi encontrado. Uma vez ultrapassada esta zona, o grupo estará a menos de um quilómetro da terceira câmara, onde os socorristas instalaram a base.
A partir desta terceira câmara o grupo ainda terá de percorrer cerca de dois de quilómetros, mas o perigo estará ultrapassado.
No total o grupo terá de percorrer mais de quatro quilómetros, incluindo porções inundadas e estreitas.
O nível exato da água é a grande incógnita. Os socorristas adiaram ao máximo o momento da retirada, o tempo de retirar água, para ter um mínimo de porções submarinas para percorrer a mergulhar.
Até agora, eram necessárias 11 horas a um mergulhador para ir e vir ao local onde o grupo está, seis horas para ir e cinco horas para regressar graças à corrente.
Mergulhar na água turva, "como café com leite" segundo a expressão de um mergulhador, é outro sério desafio, Os mergulhadores instalaram uma corda ao longo do percurso para se poderem guiar.
A maioria das crianças, com idade entre 11 e 16 anos, não sabe nadar e nenhum mergulhou alguma vez.
Os médicos que assistem as crianças e o adulto há dias consideraram-nos, no entanto, aptos para tentar a saída. Além da forma física, a preparação psicológica das crianças e do adulto é considerada crucial.
"Eles estão informados sobre a operação e estão prontos para ser retirados e enfrentar todos os desafios", assegurou o chefe da célula, Narongsak Osottanakorn.
Mas voltar a mergulhar na água turva que os forçou a fugir para mais e mais fundo da gruta, até os isolar num rochedo, não vai ser fácil.
E as crianças são mais propensas ao pânico, mesmo que até agora o grupo tenha parecido resistente mentalmente.
"Uma única situação de pânico individual, em caso de problema com o sistema de respiração de mergulho ou outra qualquer que seja, e isso terá um enorme impacto sobre todos os outros, adverte Andrew Watson, especialista em socorrismo britânico, citado pela AFP.