Parlamento da Ucrânia vota esta segunda-feira a proposta do Presidente para a aplicação da lei marcial. Tensão intensificou-se depois de a Rússia abrir fogo sobre a Marinha ucraniana e apreender três dos seus navios, junto à costa da Crimeia.
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O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se de emergência esta tarde em Nova Iorque, depois de a Rússia abrir fogo sobre a Marinha ucraniana e apreender três dos seus navios, junto à costa da Crimeia. O Presidente da Ucrânia anunciou que vai propor ao parlamento a aprovação da Lei Marcial, uma medida que deve ser aprovada esta segunda-feira pela RADA, o Conselho Supremo do país.
Dezenas de manifestantes protestaram em frente à embaixada russa, lançaram granadas de fumo, amontoaram pneus e atearam fogo e deixaram também barcos de papel à porta da embaixada.
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A Rússia confirma ter disparado contra as embarcações e ter capturado os três navios ucranianos, mas acusa-os de terem entrado ilegalmente em águas territoriais russas no mar Negro.
A NATO já pediu contenção aos dois países. Do lado da União Europeia, a alta representante para a Política Externa, Frederica Mogherini considera que as tensões na zona aumentaram perigosamente e relembra que Bruxelas não reconhece a anexação ilegal da península da Crimeia.
Sónia Sénica Moura, investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais encontra motivos para preocupação neste novo episódio entre russos e ucranianos.
"Neste momento, há três questões aqui a acautelar. Primeiro: perceber se este incidente militar poderá, de alguma forma, degenerar num conflito bélico entre os dois países. Segundo: de que maneira é que a Rússia vai conseguir manter-se firme nesta toma de posição em que reivindica para si um espaço de águas territoriais que estavam a ser - segundo eles - invadidas por navios da marinha ucraniana. Terceiro: Perceber se, de facto, não será aqui o acumular de uma tensão do conflito gelado que se tem sentido nos últimos meses por parte da dificuldade em implementar uma solução pacífica para a questão da Ucrânia a leste, nomeadamente com a implementação e o cumprimento dos acordos de Minsk."