Terminou sem acordo reunião do Eurogrupo. Governo grego considerou «inaceitável» a proposta apresentada
O governo grego considera inaceitável e absurdo o projeto apresentado esta tarde pelo Eurogrupo, em Bruxelas e que prevê o prolongamento do programa de ajuda externa. Os trabalhos foram dados como terminados.
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A reunião de ministros das finanças da zona euro terminou sem acordo. No entanto, os ministros das Finanças da zona do euro dizem estar prontos para realizar novas negociações com a Grécia, se e quando o país estiver disposto a aceitar um prolongamento do programa de ajuda externa.
Numa declaração após o final dos trabalhos, o Presidente do Eurogrupo lamentou que não tenha sido encontrada uma base comum.
Jeroen Dijsselbloem afirma que a proposta apresentada previa alguma flexibilidade, admite que algumas medidas possam ser revistas, mas «nunca podem existir decisões unilaterais». Este responsável diz que «cabe à Grécia dizer se aceita a oferta de uma extensão do programa», o que implicaria flexibilidade e compromissos com as reformas.
O presidente do Eurogrupo diz que há um sentimento de desilusão entre os ministros sobre a falta de acordo em Bruxelas.
A Grécia «tem esta semana» para dizer se aceita a proposta de um prolongamento do programa. Está em cima da mesa a realização de uma nova reunião do Eurogrupo esta sexta-feira, se o Governo grego aceitar ceder e chegar a um acordo com os ministros da zona euro, dentro dos moldes apresentados.
O Comissário Europeu para os assuntos económicos, Pierre Moscovici, já afirmou que «não há alternativa à extensão do programa. Vamos continuar a dialogar esta semana», mas tem de ser o governo grego a tomar uma decisão.
No fim da reunião, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, disse que o Eurogrupo decidiu, de forma unânime, que «o contexto adequado» para prosseguir discussões com a Grécia é «uma extensão do programa», e que não haverá mais conversações sem que tal suceda.
«A questão é que o diálogo (entre a Grécia e os seus 18 parceiros da zona euro) deve ser feito num determinado enquadramento, e a posição unanime é que o enquadramento adequado é uma extensão do programa (...). Não há mais discussões sem recebermos pedido» por parte das autoridades gregas, indicou Maria Luís Albuquerque.
De acordo com o "esboço" de declaração do Eurogrupo colocado em cima da mesa, e ao qual a Lusa teve acesso, o governo grego deveria comprometer-se em pedir a extensão do atual programa - que expira no final do mês -, conclui-lo com sucesso, e a flexibilidade a ser concedida às autoridades gregas seriam com base no atual programa, que o governo de Alexis Tsipras já disse não reconhecer mais.