O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) desloca-se esta terça-feira a Tripoli para discutir com o novo governo líbio o julgamento de Seif al-Islam, filho de Kadhafi, detido no sábado.
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O TPI quer julgar figuras do antigo regime de Kadhafi, sendo apoiado nisso por várias organizações não governamentais como a Human Rights Watch, mas o novo governo de Tripoli insiste que os julgamentos devem ser feitos no país e pelas autoridades líbias.
«O procurador [do TPI], Luís Moreno-Ocampo, e o procurador-adjunto, Fatou Bensouda, lideram a delegação que irá encontrar-se com os responsáveis líbios no âmbito dos esforços de coordenação após a detenção de Seif al-Islam e do anúncio da detenção de Abdallah Al-Senoussi, ainda não confirmado», disse o gabinete do procurador em comunicado divulgado esta terça-feira.
«Vou falar com representantes dessas autoridades e pedir para ser informado dos procedimentos que tenham a intenção de aplicar», explicou Moreno-Ocampo, citado no comunicado de imprensa.
O TPI emitiu, a 27 de Junho, um mandado de detenção de Muammar Kadhafi, de Seif al-Islam e do ex-chefe de informações líbio Abdullah Al-Senoussi por suspeitas de crimes contra a humanidade, cometidos a 15 de Fevereiro deste ano, durante a repressão da revolta na Líbia.
O Conselho de Transição, que ocupou a liderança da Líbia depois da queda do governo de Kadhafi, assegurou no domingo que o ex-chefe líbio dos serviços de informações foi preso no sul do país.
As autoridades líbias já anunciaram a intenção de julgar os dois homens, ignorando os apelos da comunidade internacional.