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A aprovação da greve foi unânime
Os trabalhadores do Museu do Louvre, em Paris, aprovaram esta segunda-feira por unanimidade uma greve por melhores condições de trabalho, o que significa que o museu vai estar encerrado durante o dia.
De acordo com a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT), a votação aconteceu esta segunda-feira de manhã durante uma reunião que juntou 400 trabalhadores e a aprovação da greve foi unânime, segundo relatos das agências noticiosas AP e AFP.
No site do museu, há um aviso de duas frases a dar conta do encerramento do museu "neste momento", devido a um "movimento social", pedindo desculpas pelos incómodos causados.
De acordo com a AFP, a direção, liderada por uma Laurence des Cars "cada vez mais fragilizada" nas palavras do jornal Mediapart, estaria a averiguar o número de trabalhadores não-grevistas para analisar uma eventual abertura do museu mais tarde.
A nova greve acontece cerca de dois meses depois do mais recente assalto ao museu, quase três semanas após uma inundação na biblioteca de antiguidades egípcias, provocada pelo rompimento de um cano, e depois de reuniões entre os sindicatos e o Governo, que, segundo os representantes dos trabalhadores, não trouxeram nada de novo em termos de melhorias para os funcionários.
Segundo a AFP, a ministra da Cultura, Rachida Dati, admitiu reverter o corte orçamental de 5,7 milhões de euros anunciado para 2026, num museu que no ano passado contou com quase 100 milhões de verbas estatais.
Em 2026, as entradas para os visitantes não-europeus vão aumentar 45% para 32 euros para tentar arrecadar mais receitas para fazer frente às necessidades.
"Visitar o museu transformou-se numa corrida de obstáculos", afirmou o secretário-geral do ramo cultural da CFDT, Aléxis Fritche, citado pela AP.
Por seu lado, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) dizia à AFP estar a preparar-se para uma "mobilização possante" hoje com "muitos mais grevistas do que o habitual".
Para os trabalhadores, o assalto de outubro em plena luz do dia foi o culminar de reivindicações de longa data por atender sobre excesso de visitantes e falta de recursos que têm como consequência riscos de segurança e um deteriorar das condições de trabalho.
No pré-aviso de greve, emitido na semana passada e citado pelo jornal francês Le Monde, os sindicatos falavam em falta de efetivos para fazer face às falhas técnicas e à antiguidade do edifício, ao mesmo tempo que os trabalhadores "sofrem uma carta laboral incessante".
O Louvre é o museu mais visitado do mundo, tendo recebido 8,7 milhões de visitantes em 2024, quase dois milhões acima do segundo classificado (os museus do Vaticano), segundo a lista mais recente do The Art Newspaper.
