O Tribunal Especial para a Serra Leoa confirmou hoje, em recurso, a condenação do ex-presidente da Libéria Charles Taylor a 50 anos de prisão por crimes contra a humanidade.
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«A câmara de recurso (...) confirma a condenação a 50 anos de prisão», declarou o juiz George King, numa audiência pública em Leidschendam, na periferia de Haia, na Holanda.
Esta decisão é a última etapa de um longo processo, de mais de sete anos, contra o antigo «homem forte» da África ocidental.
Charles Taylor deverá ser imediatamente transferido para uma prisão no estrangeiro, a determinar pelos juízes, para cumprir a pena.
Os juízes rejeitaram a maioria dos motivos do recurso apresentado pela acusação e pela defesa, garantindo que a câmara de primeira instância não cometeu erros sistemáticos, como garantido pela defesa, e que a pena de 50 anos era apropriada.
Em abril do ano passado, Charles Taylor, de 65 anos, foi julgado culpado de ter ajudado e encorajado uma campanha de terror para obter o controlo da Serra Leoa, através do fornecimento de armas, munições e apoio logístico à Frente Revolucionária Unida (RUF, sigla em inglês), em troca de diamantes.
A câmara de recurso confirmou o veredito do tribunal.
Esta é a primeira vez que um líder africano é condenado por um tribunal internacional.
Na Serra Leoa, a guerra civil foi marcada pelas atrocidades cometidas pelos combatentes, frequentemente drogados, contra a população civil.