Reportagem em Israel: última oportunidade de fugir da guerra. Em Haifa, há um corrupio de gente a arrastar malas
É um cenário caótico cheio de malas, brinquedos, jogos e comida e as crianças começam a ficar irritada e irrequietas. São cerca de 100 as pessoas que estão a tentar sair de Israel. Têm Chipre como destino, outras vão seguir depois para os Estados Unidos.
Corpo do artigo
Um grupo de cidadãos israelitas com dupla nacionalidade e também estrangeiros, a maioria norte-americanos, aproveita esta manhã uma janela de oportunidade criada pelos Estados Unidos para fugir da guerra. Em Haifa, há um corrupio de gente a correr e arrastar malas.
TSF\audio\2023\10\noticias\16\dora_pires_09h
Vivem em Israel e, por motivos pessoais (têm crianças pequenas ou sofrem de alguma doença), receiam ficar num território em guerra, ou, por outro lado, estavam no país para visitar a família ou de férias. São cerca de 100 as pessoas que estão a tentar sair de Israel esta segunda-feira e que têm Chipre como destino. Outras vão seguir depois para os Estados Unidos.
Num cenário caótico, cheio de malas, brinquedos, jogos e comida, as crianças começam a ficar irritadas e irrequietas. Já estão há muito tempo à espera.
A operação de retirada destes cidadãos será feita através de um navio cruzeiro e conta já com cerca de duas horas de atraso. Só a esta hora é que as pessoas começam a dirigir-se à entrada da ponte, ladeada por bandeiras norte-americanas, que mostra o caminho até ao transporte que as vai levar para um lugar sem guerra. Ninguém sabe a razão da demora, mas a verdade é que as pessoas terão de pagar por esta viagem.
Entre as cerca de 100 pessoas está Martha, uma grávida de cinco meses que teve algumas contrações há uns dias. Acompanhada pelos dois filhos, explica à TSF que, onde vive, "não tem um abrigo seguro" contra os ataques aéreos, tem "medo" e, por isso, decidiu embarcar para Chipre. Mais tarde, vai tentar regressar a Israel.
https://d2al3n45gr0h51.cloudfront.net/2023/10/whatsapp_video_2023_10_16_at_09_26_48_20231016092843/hls/video.m3u8
As pessoas apenas foram autorizadas a viajar com os filhos, os maridos ou as mulheres. Todos têm de ter documentos norte-americanos válidos, não são permitidos animais e só podem levar 22 quilos de bagagem, algo que parece despropositado tendo em conta que este é um navio cruzeiro com capacidade para milhares de pessoas e, neste caso, apenas vão embarcar cerca de uma centena.