O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) apelou hoje numa declaração unânime aos beligerantes no leste da Ucrânia para «cessarem imediatamente as hostilidades».
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Os 15 países membros, incluindo a Rússia, pediram igualmente aos combatentes separatistas pró-russos e ao exército ucraniano que «respeitem os acordos concluídos em Minsk, nomeadamente facilitando o acesso a todos os observadores da OSCE [Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa]».
Pouco antes, o Presidente russo, Vladimir Putin, instou hoje as autoridades de Kiev a não impedir os soldados ucranianos, cercados pelos separatistas pró-russos em Debaltseve, no leste da Ucrânia, a deporem as armas, sublinhando que não há «solução militar» para este conflito.
«Espero que as autoridades ucranianas não impeçam os soldados ucranianos de deporem as suas armas» e que os persigam judicialmente por essa razão, declarou Putin, numa conferência de imprensa em Budapeste, com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban.
O exército ucraniano admitiu hoje pela primeira vez que «várias» das suas unidades militares estão cercadas na cidade estratégica de Debaltseve, onde decorrem violentos combates com os rebeldes pró-russos.
«Não poderemos resolver este problema por via militar, só podemos chegar a acordo» através de negociações, sublinhou o Presidente russo, acrescentando que os acordos de paz assinados na passada quinta-feira em Minsk dão «uma oportunidade» a uma solução pacífica.
Segundo Putin, «o que se passa neste momento em Debaltseve pode ser explicado e era previsível», já que os acordos de Minsk foram concluídos quando os separatistas pró-russos tinham cercado a cidade, aí retendo soldados ucranianos que iriam, mais cedo ou mais tarde, querer quebrar esse cerco.
«Hoje de manhã, as forças ucranianas tentaram desbloquear» esta zona, mas «essa tentativa fracassou», afirmou.
Apesar dos combates em Debaltseve, a situação «em toda a linha da frente esteve mais ou menos calma» nos dois últimos dias, após a entrada em vigor do cessar-fogo às 00:00 locais de domingo (22:00 TMG e em Lisboa), estimou Putin.
A Rússia constatou «uma redução considerável das atividades militares, com uma clara diminuição do número de ataques mútuos», congratulou-se o chefe de Estado russo.