Várias pessoas ficaram feridas esta manhã em Kharkiv, na Ucrânia, quando uma manifestação pró-russa acabou por se tornar um assalto ao edifício da administração regional. Também em Donetsk mais de 10.000 pessoas manifestaram-se hoje contra as novas autoridades de Kiev, empunhando bandeiras russas.
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Um jornalista da agência France Presse no local conta que cerca de 20 mil pessoas percorriam as ruas da cidade quando, à margem do protesto, um grupo de cerca de 300 manifestantes tomou de assalto o edifício da administração regional. Foram atiradas pedras, granadas e ouviram-se tiros. dezenas de pessoas ficaram feridas.
Em Donetsk, o último reduto do presidente deposto Viktor Ianukovitch no leste da Ucrânia, mais de 10.000 pessoas manifestaram-se hoje contra as novas autoridades de Kiev, empunhando bandeiras russas.
«Rússia! Rússia», entoavam os manifestantes, com bandeiras do país nas mãos, enquanto alguns improvisavam um palco onde vários oradores afirmaram apoiar «a aspiração da Crimeia em juntar-se à Rússia».
Homens armados tomaram o controlo, nos últimos dias, de vários aeroportos e de edifícios públicos na Crimeia, península no Sul da Ucrânia pró-russa e que tem sido alvo de tensões separatistas.
A Ucrânia denunciou na sexta-feira uma «invasão armada» russa, com mais de dois mil soldados, na Crimeia, península do sul do país onde se fala russo, região que tem sido afetada por tensões separatistas e que abriga a frota da Rússia do Mar Negro.
Entretanto, hoje, o chefe da Defesa da Ucrânia acusou a Rússia de ter enviado 6.000 soldados e 30 veículos blindados para a Crimeia
O Presidente ucraniano interino, Oleksandr Turchinov, já pediu ao líder russo, Vladimir Putin, para «terminar imediatamente a sua agressão ostensiva e retirar os seus militares da Crimeia».
O Governo de Kiev pediu também o apoio do Conselho de Segurança da Organização da ONU para travar a crise na península da Crimeia e defender a sua integridade territorial, mas avisou que tem capacidade para se defender de agressões.