As assembleias de voto abriram às 08:00 (05:00 em Lisboa) nas regiões de Donetsk e Lugansk que decidem em referendo se querem separar-se da Ucrânia, como aconteceu na Crimeia. Em Lisboa, a comunidade ucraniana faz uma marcha lenta.
Corpo do artigo
No leste da Ucrânia, o dia do referendo começou com violentos combates na cidade de Slaviansk. Os relatos dão conta de tiros e rebentamento de explosivos, sobretudo junto a uma fábrica controlada pelos rebeldes. Slaviansk é a única cidade do leste da Ucrânia que não estava sob controlo dos separatistas pró-russos.
Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Kiev veio acusar a Rússia de organizar e financiar uma «farsa criminosa». É assim que define, em comunicado, os referendos de auto-determinação que estão a decorrer no leste da Ucrânia.
«O referendo de 11 de maio inspirado, organizado e financiado pelo Kremlin é juridamente nulo e não terá qualquer consequência juridica para a integridade dterritorial da Ucrânia», sublinha o ministério. «Os organizadores desta farsa criminosa violaram a Constituição e as leis ucranianas», adianta.
Em Donestk e Lugansk, os separatistas pró-russos avançam que a participação já chegou aos 30%, um resultado que os pró-russos consideram satisfatório.
A votação não é reconhecida internacionalmente, não está a ser vigiada por observadores independentes e os repórteres na Ucrânia dão conta de algumas situações irregulares.
Os Estados Unidos lembraram ontem que não vão aceitar os resultados da votação, considerando que são atos para criar divisão e desordem. Os separatistas pró-russos ignoraram os avisos e dizem que o resultado será válido seja qual for a participação.
Os votantes destas províncias, onde vivem 7,3 milhões de pessoas, de um total de 46 milhões de habitantes da Ucrânia, serão questionados sobre se apoiam a criação de duas repúblicas independentes, o que é encarado por muitos como um passo antes de se juntarem à Rússia, como aconteceu com a Crimeia.
Esta manhã, a comunidade ucraniana em Portugal faz uma marcha lenta contra os movimentos separatistas. O desfile vai ligar a Praça do Chile ao Restelo, em Lisboa.
Em declarações à TSF, Pavlo Sadokha, líder da comunidade ucraniana em Portugal, sublinha que os referendos já foram considerados ilegais pela comunidade internacional.