Ucrânia: MNE britânico quer sanções da UE contra Rússia após escalada da situação
O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, William Hague, apelou hoje aos seus homólogos europeus para que a União Europeia endureça as sanções contra a Rússia após a "escalada muito perigosa" da situação na Ucrânia desde sábado.
Hague quer tentar convencer os chefes da diplomacia dos Estados-membros da UE, reunidos no Luxemburgo, que «sanções reforçadas» deverão ser a resposta à atitude da Rússia, porque «não há qualquer dúvida» de que os problemas no leste da Ucrânia foram «planeados por Moscovo».
«O que se passou nas últimas 48 horas é claramente uma nova escalada da crise na Ucrânia, e é muito perigosa. (...) Não há qualquer dúvida de que ela foi planeada e organizada pela Rússia (...) porque as forças implicadas agiram exatamente como fizeram as forças russas na Crimeia», declarou o ministro britânico à chegada à reunião.
«As negações da Rússia não têm a mínima credibilidade», acrescentou.
Os ministros europeus devem discutir hoje a resposta a dar ao agravamento da crise no leste da Ucrânia, onde rebeldes pró-russos fazem frente ao governo de Kiev em diversas cidades, como Slaviansk.
À chegada ao Luxemburgo, muitos ministros exprimiram as suas reticências sobre o endurecimento das sanções, enquanto aguardam a reunião prevista para quinta-feira em Genebra entre a Ucrânia, a Rússia, os EUA e a EU.
«Não vamos resolver o problema com sanções. É preciso fazer tudo para que a conferência de quinta-feira decorre num clima sereno», disse o ministro luxemburguês, Jean Asselborn.
«A Rússia já se sancionou a si mesma, do ponto de vista dos investimentos, da fuga de capitais e da desvalorização da moeda. São sanções muito importantes», disse.
Para o ministro holandês, Frank Timmermans, «é demasiado cedo» para decidir sanções de ordem económica da fase três, mas os países devem estar «bem preparados» para aplicá-las se a situação se agravar.
O governante acredita que ainda falta "explorar as possibilidades da fase dois", que prevê sanções dirigidas para 33 personalidades russas próximas do Kremlin e ucranianos pró-russos.