O ministro dos Negócios Estrangeiros russo garantiu hoje que não vai permitir que a comunidade internacional responsabilize Moscovo pelo que está a acontecer no leste da Ucrânia.
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Esta manhã, durante uma conferência de imprensa, Sergei Lavrov afirmou que a hipocrisia do ocidente já ultrapassou todos os limites.
O chefe da diplomacia russa afirmou que quando dezenas e dezenas de pessoas morreram durante as manifestações na praça de Kiev, o Ocidente falou em democracia, e que agora fala em terrorismo em relação aos protestos pacíficos que decorrem no leste do país.
Sergei Lavrov afirmou também que a Rússia vai pedir explicações aos Estados Unidos sobre uma visita do diretor da CIA à Ucrânia.
Esta manhã, o presidente ucraniano deu ordens para que os militares avancem em breve com uma operação anti-terrorista para estabilizar a situação no leste do país.
As agências de notícias internacionais contam que não foi cumprido o prazo dado pelo governo de Kiev para os separatistas pró-russos deporem as armas e acabarem com a ocupação dos edifícios públicos. A Reuters conta que em Horlivka pelo menos 100 rebeldes invadiram uma esquadra e o edifício da câmara, foram lançados cocktails molotv e ouviram-se explosões.
Em Slaviansk, uma bandeira russa permanecia hasteada na sede da polícia. O jornalista da agência Reuters conta que homens de cara tapada e armados estavam a reforçar barricadas com sacos de areia.
Esta noite, o conselho de segurança das Nações Unidas esteve reunido de emergência para debater a situação na Ucrânia. Um encontro que terminou sem conclusões, com o Ocidente a atribuir responsabilidades à Rússia e Moscovo a negar.
Quanto ao futuro da Ucrânia, o presidente interino defendeu esta manhã a realização de um referendo que poderia decorrer em simultâneo com as presidências de 25 de maio. A credita que a maioria irá defender um país independente, democrático e unido.
Contactado pela TSF, o embaixador de Portugal na Ucrânia, diz que a situação no país é preocupante, mas acredita que o diálogo vai prevalecer. Depois nde ouvir as declarações de Sergei Lavrov, Mário Jesus dos Santos diz que os responsáveis políticos devem ter algum cuidado com a linguagem usada.
O embaixador português em Kiev diz que na capital o dia-a-dia é normal e - quanto aos portugueses - ainda ninguém manifestou intenção de abandonar a Ucrânia.