A Rússia acusou hoje a NATO de usar a crise na Ucrânia como pretexto para reforçar a aliança militar e justificar a sua existência.
Corpo do artigo
«As incessantes acusações do secretário-geral (da NATO, Anders Fogh Rasmussen) convencem-nos de que a aliança pretende utilizar a crise na Ucrânia para consolidar as suas fileiras ante uma ameaça exterior inventada», lê-se numa nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo citada pela agência EFE.
Segundo o texto, a NATO procura «justificar a sua utilidade no século XXI» ao evocar recorrentemente «a crescente militarização da Rússia».
«Enquanto isso, os gastos militares da NATO constituem metade dos gastos (militares) mundiais e o orçamento militar russo é dez vezes menor que o do conjunto dos países da aliança» atlântica, afirma.
Sobre os recentes apelos de Rasmussen para uma revisão das relações entre a Rússia e a NATO, estabelecidas na Declaração de Roma de 2002, a diplomacia russa aponta a atuação dos membros da NATO nos casos do Kosovo e da Líbia para frisar que ela não respeitou a lei internacional.
«Agora, a aliança tenta atuar como grande defensora do direito, fazendo vista grossa às arbitrariedades das forças extremistas na Ucrânia que levam à cisão da sociedade» ucraniana, lê-se na nota.
«Não nos surpreende esta tentativa da NATO de se fazer passar por um 'clube de elite' que conte com 'uma legitimidade política peculiar' e que, na verdade, ignora as competências dos organismos internacionais universais como, em primeiro lugar, o Conselho de Segurança da ONU», acrescenta.