Ucrânia: Rússia reduzirá a zero a dependência económica dos EUA em caso de sanções
A Rússia «reduzirá a zero» a sua dependência económica dos Estados Unidos em caso de sanções por causa da situação na Ucrânia, anunciou hoje um conselheiro do Kremlin.
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«Encontraremos um meio de reduzir a nossa dependência financeira dos Estados Unidos, mas tiraremos dessas sanções grande vantagem», declarou Serguei Glaziev à agência pública Ria Novosti.
«As tentativas de aplicar sanções contra a Rússia levarão ao colapso o sistema financeiro norte-americano e ao fim da dominância dos EUA no sistema financeiro mundial», acrescentou.
Como resposta, o Governo de Moscovo diz que pode ser forçado a deixar o dólar como moeda de reserva e não coloca de parte a possibilidade de não pagar os empréstimos aos bancos norte-americanos.
Um conselheiro de Vladimir Putin, que não tem qualquer cargo político, mas é frequentemente utilizado pelas autoridades para marcar posições duras do regime, acrescentou que se Washington congelar as contas de empresas e cidadãos russos, Moscovo vai recomendar a venda de títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
De acordo fonte oficial norte-americana citada pelo diário "The Wall Street Journal", os EUA anunciaram ter suspendido as negociações com a Rússia para estreitar laços comerciais e de investimento, devido à intervenção militar de Moscovo na península ucraniana da Crimeia.
A notícia da suspensão da cooperação económica surgiu poucas horas depois dos Estados Unidos terem anunciado a suspensão da cooperação militar com a Rússia
Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo já tinha condenado em Genebra as ameaças de «sanções e boicote» após as movimentações militares da Rússia na Ucrânia, quando o Ocidente equaciona, por exemplo, privar Moscovo do seu assento no G8.
A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após a queda do Presidente Viktor Ianukovich, por causa da Crimeia, península do sul do país onde se fala russo e está localizada a frota da Rússia no Mar Negro.
A Rússia enviou segunda-feira tropas para a república autónoma da Crimeia, no sul da Ucrânia, de maioria russófona e estratégica para Moscovo, que ali tem a base da sua frota do Mar Negro.
A decisão foi tomada em nome da proteção dos cidadãos e soldados russos, depois de o Governo autónomo ter rejeitado o novo executivo da Ucrânia, formado pelos três principais partidos da oposição ao Presidente Viktor Ianukovitch, atualmente exilado.