A Rússia vai construir uma ponte entre o território russo e a península da Crimeia, num investimento avaliado em três mil milhões de dólares (cerca de 2,1 mil milhões de euros), anunciou hoje o Presidente russo, Vladimir Putin.
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«Precisamos de uma ponte para automóveis e para comboio», referiu Putin, diante do conselho de ministros, segundo a agência noticiosa russa Interfax.
A travessia do estreito de Kertch, um braço de mar com uma largura que varia os 4,5 e os 11 quilómetros que liga o mar de Azov e o mar Negro, a leste da Crimeia, é única forma, exceto por avião, de chegar à península a partir do território russo, sem passar pela Ucrânia. Esta ligação é realizada atualmente por um ferry.
O comboios continuam a circular via território ucraniano, precisou o ministro dos Transportes russo, Maxime Sokolov, acrescentando que Moscovo está a estudar a possibilidade de construir também um túnel.
O Ministério dos Transportes russo, citado pela Interfax, indicou que o projeto da ponte vai ter um orçamento global de três mil milhões de dólares (cerca de 2,1 mil milhões de euros), mas sem precisar as infraestruturas incluídas neste investimento.
No início deste mês, um responsável local já tinha avançado que as autoridades russas iam investir num projeto de uma ponte com uma extensão de 7,5 quilómetros.
Na mesma altura, o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, assinou um decreto que atribuía a gestão do projeto de construção ao grupo público BTP.
As informações então divulgadas davam conta de um investimento global de 24 mil milhões de rublos (470 milhões de euros).
A república autónoma ucraniana da Crimeia, um território no sul da Ucrânia e de população maioritariamente russa, está no centro da tensão entre Moscovo e Kiev desde a destituição, em fevereiro, do presidente ucraniano Viktor Ianukovich, considerado pró-russo.
As autoridades locais da península autónoma recusaram reconhecer o novo Governo de Kiev e referendaram, no domingo passado, uma união com a Rússia, apoiada por 96,77% dos votantes.
O Presidente Putin assinou na terça-feira um tratado bilateral para a integração da Crimeia na Federação Russa.