Josep Borrell afirma que os 27 consideram que "o direito de defesa, como qualquer direito, tem limites".
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O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell pede em nome dos 27 uma "pausa humanitária" para que a ajuda possa entrar na Faixa de Gaza. O chefe da diplomacia europeia reconhece que é um apelo "menos ambicioso", em relação ao do secretário-geral da ONU.
António Guterres apelou a um cessar-fogo humanitário definitivo. Mas, os 27 consideram que o pedido europeu é o que mais rapidamente pode produzir resultados para a população no terreno.
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A falar no Luxemburgo, no final da reunião, Borrell avisou Israel que o direito à defesa tem limites e que o corte de água e eletricidade para a população é contra a lei internacional.
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"Consideramos que o direito de defesa, como qualquer direito, tem limites", afirmou Borrell, lembrando que esse limite "está definido pela lei humanitária internacional".
"Isto significa, em particular, que não pode haver corte de água e eletricidade para a população civil", vincou, repetindo que "de acordo com o direito humanitário, uma população sob cerco não pode ser privada de água e eletricidade".
"Penso que ninguém melhor do que o povo judeu sabe o mal que um ser humano pode fazer a outro", afirmou Borrell, lembrando que o povo judeu "sofreu tantas perseguições ao longo dos séculos, para conhecer o mal que se pode fazer de forma maligna, procurando prejudicar e fazer sofrer um ser humano com os piores tratamentos".
"A longa história do povo judeu, nomeadamente na Europa, faz-nos compreender até que ponto o sofrimento pode ser tão horrível como o gerado por este atentado do Hamas", lamentou.
O chefe da diplomacia europeia lamentou a demora na ajuda humanitária para Gaza, e apelou a uma pausa humanitária, considerando que será mais fácil de alcançar do que o pedido lançado por António Guterres.
"O secretário-geral da ONU falou de um cessar-fogo, que é certamente muito mais do que uma pausa. Uma pausa, como o próprio nome indica, é uma pausa. Ou seja, uma interrupção de algo que depois continua. É um objetivo menos ambicioso do que um cessar-fogo, que significa um acordo entre as partes, afirmou Borrell, admitindo que "uma pausa pode ser acordada mais rapidamente".