Portugal preferia cessar-fogo em Gaza, mas apoia apelo da UE para pausa humanitária
Gomes Cravinho revelou que a União Europeia quer transformar este momento de conflito numa "dinâmica de paz" entre Israel e Palestina.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros disse esta segunda-feira que Portugal apoia o apelo da União Europeia (UE), que deverá ser endossado pelos líderes europeus, para uma pausa humanitária na Faixa de Gaza, embora preferisse um pedido de cessar-fogo humanitário. No entanto, sublinhou que a necessidade de ajuda humanitária para a população de Gaza reuniu um "consenso muito alargado" entre os seus homólogos da União Europeia.
"Preocupação em transformarmos este momento numa dinâmica de paz, em que a comunidade internacional regressa à problemática de encontrar uma solução de longo termo que tem de ser uma solução de dois Estados, Israel e Palestina, com reconhecimento mútuo em relação à paz e segurança de cada um. Há uma necessidade de empenhar todos os esforços diplomáticos para evitar a possibilidade de alastramento a outros países da região", revelou Gomes Cravinho à saída da reunião, no Luxemburgo.
Além do Médio Oriente, na reunião falou-se da guerra na Ucrânia e também nesse tema houve "muito consenso" quanto à necessidade de não se "perder o foco" num desafio "da maior importância geoestratégica" para a Europa.
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"Não é menor hoje do que era há umas semanas, antes da crise no Médio Oriente. Continua a ser vital darmos o nosso apoio à Ucrânia e falámos dos vários mecanismos que isso implica, nomeadamente em relação à oitava tranche do mecanismo europeu de apoio à paz", acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
O grupo islamita Hamas lançou a 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, que fizeram duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.