Nas filas dos multibancos de Atenas, a situação do país é o tema dominante das conversas. Mas nem sempre quem participa está de acordo. O enviado da TSF à capital grega assistiu a uma discussão mais acalorada.
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Ela está na fila à espera para levantar dinheiro, ele acerca-se para lhe oferecer um panfleto que apela ao voto no "não" no referendo de domingo. Ela não aceita e travam-se de razões.
Ele, que desiste da discussão, chama-se Fotis e explica qual era o ponto: "Ela definitivamente quer votar "sim". Tentei persuadi-la de que essa não é a solução, que devemos dizer não a essas medidas que a União Europeia quer que aceitemos. Se a nação disser sim a essa proposta, que é um caminho certo de austeridade, o que é que acontecerá a seguir?".
Fotis diz que esta é a ultima oportunidade de a Grécia dizer "não" ao que não lhe serve.
Mas os argumentos dele não colheram. O defensor do "não" diz que nesta altura é muito difícil mudar a opinião dos que estão do lado do "sim". E o pior é que havia gente convicta no "não" que entretanto mudou de campo.
"O que aconteceu com os bancos nos últimos dias fez com que as pessoas alterassem a sua decisão. Mesmo gente que eu conheço, e com quem discuti esta questão durante muito tempo, agora mudou de opinião. É que ter de vir todos os dias para uma fila e esperar para levantar no máximo 60 euros é algo que te faz ter medo, que te cansa e te faz perguntar o que virá a seguir?", refere.
Antes de escutar as razões de Fotis, já tinha pedido o mesmo à rapariga. Mas ela, que vota "sim" deu-me um simpático "não". "I don't want, please..."