O porta-voz da Unita, Alcides Sakala, afirmou hoje à TSF que a permanência de José Eduardo dos Santos no poder tem dificultado a democratização do país.
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A Unita não aceita os argumentos e as justificações do presidente angolano para estar há tanto tempo no poder.
Numa entrevista à televisão brasileira Bandeirantes, realizada em outubro e divulgada agora, José Eduado dos Santos admite que está há «demasiado» tempo no poder, mas defende que foram as circunstâncias do país, como a guerra civil e instabilidade política que se seguiu às eleições de 1992, que o obrigaram a manter-se no cargo.
Em declarações à TSF, o porta-voz da Unita diz que a permanência de José Eduardo dos Santos no poder tem dificultado a democratização do país.
«Nós pensamos que ele continua a ser o fator que destabiliza todas as transformações que Angola podia conhecer no quadro do processo de democratização. Ele terá na sua mente uma estratégia em direção à sucessão mas nos pensamos que só processos eleitorais transparentes permitem de facto alternância», afirmou.
Alcides Sakala acrescenta que as circunstâncias apresentadas pelo Presidente angolano para justificar o facto de continuar no cargo não servem como explicação.
«Ele procurou contextualizar a sua posição, só que a guerra terminou há doze anos. Há mesmo a necessidade de se operarem mudanças profundas no nosso país», acrescentou o porta-voz da Unita.