A primeira reunião para o diálogo entre o Nicolás Maduro e a oposição, na quinta-feira, deu lugar a um dia de reflexão sobre os seus efeitos na crise política que abala a Venezuela. Uma nova reunião será realizada na terça-feira.
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O encontro, que contou com a presença do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e de outros representantes do chavismo, assim como de membros da aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), ministros dos Negócios Estrangeiros da União das Nações do Sul (UNASUL), e do núncio do Vaticano, culminou com o acordo de que na próxima terça-feira será realizada nova reunião.
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O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na sexta-feira que a primeira reunião para o diálogo com a oposição realizada no palácio presidencial de Miraflores foi «excelente» e sublinhou que se tratou de «um passo crucial para a paz».
«Penso que demos um passo crucial para a paz. Só peço à Venezuela o máximo apoio para os diálogos de paz, para o trabalho pela paz e pelo otimismo», disse o Presidente venezuelano na inauguração do Festival de Teatro de Caracas.
«Creio que o debate foi muito bom, excelente, e felicito a oposição por ter decidido ir a esse debate, a esse diálogo, porque não foi fácil para eles, (houve) muitas pressões dos extremistas, e eu felicito também os dirigentes, ministros, governadores e autarcas do campo bolivariano», acrescentou.
Já o líder da oposição Henrique Capriles afirmou na sexta-feira que o diálogo estabelecido entre o governo e a oposição depende em mais de 90% do Executivo, ao qual pediu para responder com atos para que todo o país acredite no processo.
Capriles, que integrou a delegação da oposição na primeira reunião de diálogo com o governo, disse que foram feitas propostas concretas no encontro e que o próximo «tem de ser para dar respostas».
A este respeito, disse que o campo da oposição deixou uma proposta de lei de amnistia que pode ser aprovada pelo Presidente, Nicolas Maduro, para colocar em liberdade todos os estudantes detidos, o opositor Leopoldo López e os autarcas Daniel Ceballos e Enzo Scarano.
Por sua vez, a dirigente opositora venezuelana María Corina Machado qualificou de «farsa» que pretende «dividir a unidade» o diálogo iniciado pelo Governo e a MUD. «Se pensam que com esta farsa de diálogo iam enganar a comunidade internacional enganam-se», disse.
Há várias semanas que violentos confrontos entre manifestantes contra o governo e forças policiais agitam a Venezuela, com um balanço de 41 mortos e mais de 650 feridos, de acordo com a agência EFE.