Responsável defende que o processo não fica manchado.
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O vice-cônsul e representante da comissão nacional eleitoral de Angola, Carlos Santos, admitiu que têm existido problemas técnicos na votação de angolanos em Portugal. Dos 80 mil angolanos residentes no país, menos de 10% estavam inscritos para votar e, desses, nem todos conseguiram fazê-lo.
No entanto, para Carlos Santos, esse é um facto que não mancha o processo.
"É verdade que alguns problemas surgiram do ponto de vista técnico, mas são coisas que não se podem mudar. A tecnologia pode falhar em algum momento, mas as falhas que se verificaram em nada comprometem o processo", explicou Carlos Santos à SIC Notícias.
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Questionado sobre as queixas de alguns angolanos que, apesar de registados para votar em Portugal, receberam a informação de que só poderiam votar em Angola, o vice-cônsul responsabiliza os eleitores.
"Depois do registo oficioso houve um período de reclamações onde os utentes podiam apresentá-las. Esse período não foi cumprido ou aproveitado. Ao chegarem aqui, essas situações verificaram-se. É verdade que são situações técnicas que terão acontecido logo à partida, mas que poderiam ser debeladas, não foram por culpa dos utentes que deviam ver se a sua situação eleitoral estava em conformidade", afirmou o vice-cônsul.
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Carlos Santos assegurou ainda que, pessoalmente, não recebeu qualquer queixa e insistiu na ideia de que as falhas técnicas acontecem.
"Não recebi nenhuma reclamação dessas, lamentavelmente não recebi, portanto não tenho como responder a isso. Essas questões não me foram colocadas atempadamente. Os assuntos que surgiram naquela altura já não tiveram tempo de se resolver. Naturalmente ficaram registados e vamos ver o que poderá acontecer, falhas técnicas num processo destes são normais", acrescentou.
As quintas eleições gerais em Angola perpetuam a disputa entre os dois principais partidos do país, o MPLA (Governo) e a UNITA (oposição), que tentam conquistar a maioria dos 220 lugares da Assembleia Nacional.
João Lourenço, atual Presidente, tenta um segundo mandato e tem como principal adversário Adalberto Costa Júnior.
No total, concorrem oito formações políticas que tentam conquistar o voto dos 14,4 milhões de eleitores. O processo eleitoral, que tem cerca de 1.300 observadores nacionais e internacionais, tem sido criticado pela oposição, considerando-o pouco transparente.