TSF em Israel. Vida interrompida numa Jerusalém nervosa e expectante: cerco a Gaza é "selo hermético"
O cenário é de guerra e, apesar de ser uma região mais protegida, já caíram na parte alta de Jerusalém e, junto a zonas residenciais, alguns rockets.
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O silêncio tem dominado as ruas da capital de Israel, Jerusalém, onde até à hora de ponta se ouvem os corvos.
Expectantes com aquilo que poderá acontecer, a população tem andado silenciosa e nervosa, frequentemente de mão no telemóvel para não perder nenhum alerta de emergência, enviado diretamente de uma aplicação que os cidadãos têm instalada no dispositivo móvel.
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O cenário é de guerra e, apesar de ser uma região mais protegida, já caíram na parte alta de Jerusalém e junto a zonas residenciais alguns rockets.
Ainda assim, por ser uma cidade com um forte cunho religioso - tanto para palestinianos, como para israelitas - paira no ar a crença de que de qualquer ataque em grande escala a Jerusalém será evitado.
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As construções abandonadas compõem a paisagem das ruas desertas, uma vez que grande parte do trabalho pesado era levado a cabo pelos palestinianos, atualmente cercados na Faixa de Gaza, e também alguns árabes israelitas, que estão contidos devido ao controlo policial.
Esta era também a altura dos estudantes voltarem à vida académica, mas o ano escolar foi adiado, até porque a maior parte dos jovens foi chamado a combater.
Uma grande parte dos centros comerciais está fechada por receio dos proprietários, que não querem submeter os trabalhadores a trabalho em condições que não se adivinham as mais seguras. A escassez de mantimentos não é, para já, um problema na cidade, ainda que a variedade possa não ser tanta.
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A inexistência de trânsito não deixa também esconder a vontade da população em ficar protegida e os poucos estrangeiros que por ali ainda passam procuram arranjar um voo de regresso à pátria.
Sobre o cerco à Faixa de Gaza, o sentimento da população é de que é como "um selo hermético". Nada sai e nada entra.
Várias instituições têm pedido a abertura de um corredor humano, já que uma invasão terrestre a Gaza parece cada vez mais a solução provável para libertar os reféns. A maior preocupação é evitar a chacina, pelo que, no caso de uma abertura, é necessário que esta seja rápida.
Os especialistas alertam, contudo, que é difícil imaginar um corredor numa fronteira que permita a passagem, em condições seguras, de dois milhões de pessoas - com a agravante de que terá de ser feita num curto espaço de tempo.