Dominique de Villepin anunciou, este domingo, a sua candidatura às presidenciais de 2012 com uma proposta que «se situa acima dos partidos» políticos.
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«Não creio que haja uma verdade de direita, de esquerda ou do centro», afirmou o ex-primeiro-ministro francês conservador, numa entrevista à televisão TF1 em que se definiu como «gaullista independente» e sublinhou que o movimento político que lançou em Março «está acima dos partidos».
Sobre as razões que o levaram a decidir candidatar-se, Villepin afirmou que o preocupa, «como a muitos franceses, ver a França humilhada pela lei dos mercados que impõem mais e mais austeridade» e lhe retira soberania.
«Hoje em dia, a soberania escapa-nos das mãos em grande parte. Alinhamos com interesses que não são os interesses de França. Penso que é precisa mais coragem», disse.
«Não aceito esta situação e por isso decidi ser candidato às eleições presidenciais de 2012», afirmou Villepin, que foi primeiro-ministro entre 2002 e 2007, no segundo mandato de Jacques Chirac.
«Pretendo defender uma certa ideia de França (...) Tenho uma convicção: o confronto eleitoral de 2012 será o confronto da verdade, da coragem e da vontade», disse o fundador do movimento República Solidária (RS).
Villepin afirmou «ter deixado para trás o rancor» na sua actual relação com o presidente, Nicolas Sarkozy, embora durante a entrevista tenha afirmado que aquele se esforçou durante mais de seis anos por afastá-lo da política.
Rivais na corrida à sucessão de Chirac, em 2007, Villepin e Sarkozy enfrentaram-se em 2009 no processo judicial Clearstream, uma intriga política envolvendo a falsificação de listas bancárias para sugerir que perto de 200 personalidades, incluindo Sarkozy, tinham recebido pagamentos ilícitos. Villepin foi absolvido pela justiça em Setembro.
Para esta candidatura, Villepin reúne poucos apoios da sua família política, maioritariamente a favor da candidatura de Sarkozy. As sondagens atribuem-lhe apenas cerca de 1 por cento das intenções de voto.