Era adjunta do português e torna-se agora na primeira mulher a liderar a Organização Internacional para as Migrações.
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A norte-americana Amy Pope conquistou esta segunda-feira a liderança da agência das Nações Unidas para as migrações (OIM) depois de o português António Vitorino, que procurava a reeleição, ter desistido.
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Vitorino decidiu retirar-se das eleições após ter perdido a primeira ronda de votações para a norte-americana Amy Pope, avançou a agência France-Presse. (AFP).
O resultado da primeira votação, realizada à porta fechada, foi noticiado pela agência norte-americana AP, citando três funcionários diplomáticos que pediram para não ser identificados.
Votaram na primeira ronda 165 países, pelo que seriam necessários 110 votos para vencer: a AFP adianta que, nesta ronda inicial, Pope reuniu 98 votos contra 67 de Vitorino.
Pope, 49 anos, que contou com o apoio dos Estados Unidos, era adjunta de Vitorino, 66, cuja reeleição como diretor-geral da OIM tinha o apoio da União Europeia (UE).
A OIM tem 175 países membros e para vencer é necessário obter os votos de dois terços dos países que votarem na eleição.
O confronto foi considerado invulgar na medida em que Pope, vice-diretora-geral da OIM para a gestão e reforma, procurava - e conseguiu - destituir o seu chefe numa competição entre dois países aliados da NATO.
Desde que foi fundada, há 72 anos, a OIM teve dez diretores-gerais, oito dos quais norte-americanos.
Vitorino assumiu o cargo em 2018, depois de os países membros da OIM terem rejeitado um candidato apresentado pela administração de Donald Trump.
O ex-Presidente retirou os Estados Unidos do principal órgão de direitos humanos da ONU, evitou o globalismo e adotou a política "América primeiro", que lhe valeu a oposição de muitos países.
A eleição atual ocorreu num momento em que há um grande movimento de migrantes, que abandonam os respetivos países por fatores como os conflitos, as dificuldades económicas e o impacto crescente das alterações climáticas.
A OIM tem cerca de 19 mil funcionários em 171 países que fornecem aos migrantes alimentos, água, abrigo e ajuda burocrática.
A organização está a lidar com crises de migração em massa em locais tão diversos como a fronteira entre os Estados Unidos e o México, o Mediterrâneo central, o Bangladesh, a Ucrânia e o Sudão.