O anúncio surge numa altura em que a Ucrânia fez saber que o cessar fogo na região leste do país foi violado. É um cessar fogo unilateral, em vigor desde as 20:00 de sexta-feira mas que foi quebrado com o confronto entre tropas ucranianas e separatistas pró-russos.
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O presidente russo, Vladimir Putin, colocou em alerta máximo as tropas localizadas no centro da Rússia, disse hoje o ministro da Defesa russo, um dia depois de o Kremlin ter confirmado o reforço da presença militar na fronteira com a Ucrânia.
«De acordo com a sua ordem, desde as 11:00 de Moscovo (08:00 horas de Lisboa) as tropas da região militar central bem como as formações e unidades militares localizadas no seu território foram colocadas em alerta total de combate», disse o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, citado pela agência noticiosa russa Interfax.
As tropas foram colocadas em alerta depois de Vladimir Putin ter ordenado exercícios militares não programados entre hoje e 28 de junho, precisou Sergei Shoigu.
Este período cobre a duração do cessar-fogo decretado pelo presidente ucraniano e criticado por Moscovo.
O chefe de estado-maior do exército russo, Valeri Gerasimov, precisou que mais de 65 mil soldados, mais de 180 aviões, quase 60 helicópteros e 5 mil unidades de equipamento militar participarão nos exercícios.
A decisão de Vladimir Putin surge um dia depois de o presidente da Ucrânia Petro Porochenko ter decretado um cessar-fogo de uma semana para a região leste do país, cenário de combates entre forças ucranianas e separatistas pró-russos, que já provocaram centenas de mortos.
Guardas fronteiriços ucranianos disseram hoje que o cessar-fogo está a ser ignorado pelos separatistas pró-russos, que continuam a atacar as forças governamentais no leste do país.
Segundo o serviço ucraniano de guardas fronteiriços, três soldados ficaram feridos num ataque que durante a noite visou um dos postos de controlo na região de Donestk, quatro horas depois da entrada em vigor do cessar-fogo ordenado pelo presidente Petro Porochenko para permitir aos rebeldes depor as armas.
Na sexta-feira, o Kremlin criticou o anúncio do cessar-fogo, considerando que foi decidido sem os separatistas terem sido convidados para negociações.