Embargo ao gás russo discutido de "forma breve" na cimeira

Há já quem defenda sanções totais e imediatas sobre a energia", incluindo o gás, mas consenso "não será fácil".

Será um passo arriscado ou o próximo passo? O embargo ao gás russo foi abordado "brevemente" durante a cimeira europeia. Há quem defenda que a medida deveria avançar, mas também que veja poucas condições para alcançar um consenso sobre uma decisão que teria "impacto sobre os europeus".

Satisfeito com o acordo alcançado na noite desta segunda-feira, o primeiro-ministro da Letónia, Krišjānis Kariņš defendeu esta manhã que a União Europeia deve avançar mais nas sanções, para incluir também o gás. "Desde 24 de fevereiro que defendo que precisamos de sanções totais e imediatas sobre a energia: petróleo, carvão e gás", afirmou.

Admitindo que o assunto foi discutido "de forma breve" na cimeira, a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas reconheceu já esta manhã que não será fácil incluir as importações de gás no espetro das sanções.

"Todas as próximas sanções são mais difíceis, porque até agora apenas atingiram a Rússia, mas daqui em diante também terão consequências sobre os europeus, por isso é que será politicamente mais difícil adotar essas decisões".

Por outro lado, o chefe do governo letão salientou que "apesar de as sanções também nos afetarem a nós como europeus, continuamos determinados a parar os fluxos de dinheiro para Moscovo".

Kariņš acredita mesmo que "existe unidade" na União Europeia para alcançar agravar as sanções.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell considera que o acordo alcançado na última noite "é razoável", apesar do regime de exceção para alguns países, que continuarão a receber petróleo por via terrestre, beneficiando ainda de uma cláusula de segurança energética, no caso de haver um corte no fluxo do oleoduto de Druzhba.

"Agora temos um plano para banirmos 90% das importações de petróleo no final deste ano [e] compraremos menos 90%", afirmou o Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, convicto que a decisão enfraquece as fontes de receita de Moscovo.

Borrell reagia às afirmações de um representante do Kremlin, que desvalorizou o impacto do embargo ao petróleo russo, dizendo que serão encontrados novos importadores e afirma que "o propósito" das sanções "vai acontecer".

"Não podemos impedir a Rússia de encontrar novos clientes para o petróleo, não temos poder para isso", afirmou Josep Boerrell, à entrada para o segundo dia da cimeira europeia, destacando, porém, a importância que a União Europeia tem tido como importador do petróleo russo.

"Somos o mais importante cliente da Rússia. Eles vão ter que procurar outro [cliente]. E, certamente vão ter de reduzir o preço. O nosso propósito é que a Rússia tenha menos recursos financeiros para alimentar a máquina de guerra da Rússia. E, isso vai seguramente acontecer", afirmou o chefe da diplomacia europeia.

Na noite desta segunda-feira, os 27 chegaram a acordo para embargar as importações de petróleo russo, aprovando uma proposta que permite que alguns países continuem a ser abastecidos "temporariamente" por via terrestre.

A medida "cobre imediatamente mais de dois terços das importações de petróleo proveniente da Rússia, cortando uma enorme fonte de financiamento da máquina de guerra de Moscovo", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Durante um período de 18 meses, a Hungria, República Checa e a Eslováquia vão ainda poder exportar entre si produtos refinados do petróleo que proveniente da Rússia.

Para aprovar o "acordo político", o primeiro-ministro húngaro exigiu que seja considerada uma "cláusula de emergência", que permita o abastecimento do país de petróleo russo, por via marítima, caso haja um corte no abastecimento terrestre.

Ainda esta semana, a União Europeia deverá reunir-se ao nível dos embaixadores para discutir os detalhes técnicos do regime de exceção, e finalizar o acordo.

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