A decisão foi anunciada esta terça-feira pelo governo regional galego. Os visitantes têm 24 horas para informar as autoridades de saúde quando chegam à Galiza.
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O governo regional galego considera Portugal um "país com alta incidência epidemiológica" e, por isso, foi incluído na lista onde também estão cinco comunidades autónomas espanholas, e dezenas de países europeus, americanos e asiáticos.
O governo explica que entram na lista todos os "países e territórios que têm uma incidência acumulada de casos de Covid-19 por 100 mil habitantes, nos últimos 14 dias, 3,5 vezes superior à registada na Galiza" a 23 de julho.
Desta forma, os viajantes que cheguem à Galiza com origem em Portugal têm 24 horas para comunicar os dados às autoridades de saúde, independentemente de residirem ou não nesta comunidade. Para tal, têm à disposição um formulário ou o número de telefone 881 00 20 21.
As autoridades galegas pedem ainda aos alojamentos turísticos para informar os clientes da medida "bem como os responsáveis de agências de viagem, operadores turísticos, transportadoras aéreas ou marítimas ou similares" quando venderem os bilhetes. Também as empresas que levam trabalhadores para a Galiza o devem fazer.
Caso os viajantes tenham alguns sintomas, serão acompanhados pelas autoridades sanitárias locais, uma medida que "não terá custo para as pessoas que precisem, incluindo a realização de testes de diagnóstico ou, se se justificar, dos respetivos tratamentos".
As autoridades de saúde da Galiza garantem que a lista será atualizada no espaço máximo de 15 dias.
Países/territórios considerados de maior risco para as autoridades galegas:
Espanha: Aragão, Catalunha, Navarra, País Basco e La Rioja.
Europa: Albânia, Andorra, Arménia, Áustria, Azerbaijão, Bielorrússia, Bélgica, Bósnia-Herzegovina, Bulgária, Croácia, República Checa, Kosovo, Luxemburgo, Moldávia, Mónaco, Montenegro, Macedónia do Norte, Portugal, Roménia, Rússia, Sérvia, Suécia e Ucrânia.
Continente americano: Argentina, Bahamas, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Montserrat, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, São Vicente e Granadinas, São Martinho, Suriname, Estados Unidos da América, Ilhas Virgens, Venezuela, Haiti, Jamaica e Nicarágua.
Continente asiático: Bahrein, Bangladesh, Índia, Irão, Iraque, Israel, Cazaquistão, Kuwait, Quirguistão, Líbano, Maldivas, Omã, Palestina, Filipinas, Qatar, Arábia Saudita, Singapura, Emiratos Árabes, Uzbequistão, Afeganistão, Butão, Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Mongólia, Myanmar, Nepal, Paquistão, Síria, Tailândia e Vietname.
Câmara de Valença surpreendida
Manuel Lopes, presidente da Câmara de Valença, um dos municípios mais próximos e com mais relações com a Galiza, está convencido de que esta decisão não mudará nada, já que "uma raia nunca teve fronteira, nunca comunicou nada a ninguém".
O presidente do município de Valença acredita que o anúncio da Galiza não vai prejudicar as compras dos galegos no Alto Minho, que "circulam como se ainda estivessem dentro do seu país", pelo que as "autoridades espanholas ficam sem saber se eles vieram ou não vieram".
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"Eles fazem exatamente o que nós fazemos: vêm de manhã, fazem as compras, almoçam e, no fim do almoço, regressam", defende.
Ainda assim, o presidente da Câmara admite que a informação o apanhou desprevenido, e considera que a decisão da região espanhola não faz sentido em termos epidemiológicos. "Essa notícia surpreendeu-me. No Alto Minho, há níveis inferiores à quantidade de infetados na Galiza", reconheceu.
"O Norte de Portugal continua a ser um terreno firme, um local sem muitos casos, menos do que os da Galiza", garantiu à TSF Manuel Lopes.
* Atualizado às 12h28
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