Rússia condena "firmemente" duplo atentado suicida no Afeganistão

Na sequência dos dois atentados suicidas, combatentes do EI, que no Afeganistão é considerado inimigo dos taliban, abriram fogo contra civis e militares na zona.

A Rússia condenou esta sexta-feira "firmemente" o duplo atentado suicida no aeroporto de Cabul, no Afeganistão, que deixou pelo menos 95 mortos, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"Infelizmente, as previsões pessimistas de que os grupos terroristas, principalmente o [grupo 'jihadista'] Estado Islâmico (EI), certamente lucrariam com o caos no Afeganistão estão a ser confirmadas", disse Peskov aos jornalistas.

"O perigo é grande para todos e isto continua a ser o nosso maior motivo de preocupação", disse o porta-voz russo.

Pelo menos 95 pessoas morreram e 150 ficaram feridas no duplo atentado bombista perpetrado na quinta-feira pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI) no aeroporto de Cabul, segundo um novo balanço esta sexta-feira divulgado.

Washington atribuiu os atentados ao ramo afegão do EI - Estado Islâmico da Província de Khorasan (ISKP, na sigla em inglês) - e disse que um bombista suicida se fez explodir na quinta-feira, num dos acessos do aeroporto de Cabul, denominado Abbey Gate, e pouco depois um segundo ativou um engenho explosivo perto do Hotel Baron, nas imediações da infraestrutura aeroportuária.

Na sequência dos dois atentados suicidas, combatentes do EI, que no Afeganistão é considerado inimigo dos taliban, abriram fogo contra civis e militares na zona.

Posteriormente, um comunicado divulgado pela agência de propaganda, Amaq, o ISKP afirmou que um dos seus combatentes passou "todas as fortificações de segurança" e colocou-se a menos de "cinco metros de militares norte-americanos", tendo então detonado o cinto de explosivos.

O comunicado só mencionou um bombista suicida e apenas uma bomba.

Os taliban conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal.

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